São Paulo, sábado, 28 de abril de 2007

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Hóquei faz seletivas on-line para time do Pan

Sem elenco após greve de jogadores, confederação promove "vestibular'

Até atletas que boicotaram antigo treinador da seleção feminina se interessaram em disputar novamente vaga na equipe nacional

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

Até o início deste ano, as duas seleções de hóquei sobre a grama (masculina e feminina) treinavam para o Pan-Americano. Divergências com os técnicos provocaram greves e uma debandada de jogadores.
Sem times às vésperas dos Jogos, a solução para recompor os grupos foi abrir "concorrência" e realizar uma espécie de vestibular. Até os grevistas podem participar da seletiva.
"Alguns [que saíram da seleção] já demonstraram interesse", comenta Bruno Patrício, diretor técnico da CBHG, a confederação da modalidade.
A entidade repassou às federações estaduais a tarefa de recrutar candidatos às vagas -são 16 para cada categoria.
Quem jogasse hóquei e estivesse filiado às entidades poderia participar das seletivas, disputadas amanhã, em São Paulo, e segunda, em Florianópolis.
Um ofício da CBHG, de 16 de abril, informou que "os interessados devem entrar em contato com os chefes de equipe de cada seleção até o dia 25".
O documento no site da confederação (www.hoquei.com. br) incluía os e-mails e até os números de telefone de Frederico Kessler e Ricardo Von Staa, responsáveis, respectivamente, pelos times masculino e feminino que disputarão o Pan.
Os candidatos terão três horas e meia para provar que merecem uma chance nos Jogos do Rio. É o tempo em que serão observados em cada teste.
O "vestibular" do hóquei terá uma segunda fase. Os aprovados em São Paulo e Florianópolis receberão o resultado na quinta-feira. De 7 a 10 de junho, passarão por "testes finais", segundo a CBHG, para definir o grupo que irá aos Jogos.
"O Pan, para o hóquei, faz parte de um processo de médio prazo. Nossa confederação tem menos de oito anos. Nem temos campo oficial no país", afirma Bruno Patrício.
"O Pan será para aprender, todos os rivais têm um nível mais elevado do que o nosso."
Cássio Orso, 18, tentará uma das três vagas no gol. Atleta do Macau, de São Paulo, treina apenas duas vezes por semana, à noite, das 19h30 às 22h.
"Acho que, apesar do que houve [a greve e a saída de jogadores], nosso esporte ainda tem muito a desenvolver. São poucos praticantes. Não vamos ao Pan atrás de resultado. Não temos condição de bater a Argentina", comenta ele.
Em janeiro, a crise atingiu a seleção feminina. Descontente com o treinador na época, Cláudio Rocha, parte das jogadoras entrou em greve. Acusavam-no de "arrogância" e "grosseria" nos treinamentos.
Integrantes do time masculino apoiaram o movimento e também deixaram de treinar. O técnico dos homens, Fernando Valdes, foi demitido sob a alegação, da CBGH, de que apoiava a insurgência dos atletas.
Hoje, Rocha não comanda mais as mulheres, posto, agora, ocupado por Eduardo Martins. Sem time, a solução foi adotar o "vestibular" rumo ao Pan.


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