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Hóquei faz seletivas on-line para time do Pan
Sem elenco após greve de jogadores, confederação promove "vestibular'
Até atletas que boicotaram antigo treinador da seleção feminina se interessaram em disputar novamente vaga na equipe nacional
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
Até o início deste ano, as duas
seleções de hóquei sobre a grama (masculina e feminina)
treinavam para o Pan-Americano. Divergências com os técnicos provocaram greves e uma
debandada de jogadores.
Sem times às vésperas dos
Jogos, a solução para recompor
os grupos foi abrir "concorrência" e realizar uma espécie de
vestibular. Até os grevistas podem participar da seletiva.
"Alguns [que saíram da seleção] já demonstraram interesse", comenta Bruno Patrício,
diretor técnico da CBHG, a
confederação da modalidade.
A entidade repassou às federações estaduais a tarefa de recrutar candidatos às vagas
-são 16 para cada categoria.
Quem jogasse hóquei e estivesse filiado às entidades poderia participar das seletivas, disputadas amanhã, em São Paulo,
e segunda, em Florianópolis.
Um ofício da CBHG, de 16 de
abril, informou que "os interessados devem entrar em contato
com os chefes de equipe de cada seleção até o dia 25".
O documento no site da confederação (www.hoquei.com.
br) incluía os e-mails e até os
números de telefone de Frederico Kessler e Ricardo Von
Staa, responsáveis, respectivamente, pelos times masculino e
feminino que disputarão o Pan.
Os candidatos terão três horas e meia para provar que merecem uma chance nos Jogos
do Rio. É o tempo em que serão
observados em cada teste.
O "vestibular" do hóquei terá
uma segunda fase. Os aprovados em São Paulo e Florianópolis receberão o resultado na
quinta-feira. De 7 a 10 de junho,
passarão por "testes finais", segundo a CBHG, para definir o
grupo que irá aos Jogos.
"O Pan, para o hóquei, faz
parte de um processo de médio
prazo. Nossa confederação tem
menos de oito anos. Nem temos campo oficial no país",
afirma Bruno Patrício.
"O Pan será para aprender,
todos os rivais têm um nível
mais elevado do que o nosso."
Cássio Orso, 18, tentará uma
das três vagas no gol. Atleta do
Macau, de São Paulo, treina
apenas duas vezes por semana,
à noite, das 19h30 às 22h.
"Acho que, apesar do que
houve [a greve e a saída de jogadores], nosso esporte ainda
tem muito a desenvolver. São
poucos praticantes. Não vamos
ao Pan atrás de resultado. Não
temos condição de bater a Argentina", comenta ele.
Em janeiro, a crise atingiu a
seleção feminina. Descontente
com o treinador na época,
Cláudio Rocha, parte das jogadoras entrou em greve. Acusavam-no de "arrogância" e
"grosseria" nos treinamentos.
Integrantes do time masculino apoiaram o movimento e
também deixaram de treinar. O
técnico dos homens, Fernando
Valdes, foi demitido sob a alegação, da CBGH, de que apoiava a insurgência dos atletas.
Hoje, Rocha não comanda
mais as mulheres, posto, agora,
ocupado por Eduardo Martins.
Sem time, a solução foi adotar o
"vestibular" rumo ao Pan.
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