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Brasil disputa torneio
em "povoado" japonês
FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A KASHIMA
Quando o ônibus da seleção
chegou ontem a Kashima, pouca
coisa funcionava na cidade, ainda
que fosse cedo, 21h15.
O veículo estacionou numa rua
lateral do hotel, e os funcionários
que recepcionavam a delegação
não somavam nem a metade daqueles que, poucas horas antes,
haviam se reunido para dar as
despedidas à seleção em Tóquio.
O próprio hotel não tinha luxo,
sofisticação ou imponência.
Afora os jornalistas brasileiros e
os empregados do Aton Hotel,
ninguém acompanhou a chegada
do time de Emerson Leão.
Com poucos minutos em Kashima, a seleção brasileira percebeu que a sua sede na primeira fase da Copa das Confederações é
um município pequeno e pacato,
o oposto da megalópole em que
passou a última semana e bem diferente da maioria das cidades
onde costuma jogar.
Kashima tem aproximadamente 60 mil habitantes e fica na província de Ibaraki. Nos guias turísticos sobre o Japão, não se encontra nenhuma menção nem à cidade nem à província. É quase um
lugar perdido no interior do país.
Apesar dos ares de vilarejo, Kashima tem forte ligação com o futebol, por conta do clube local.
O Kashima Antlers é o principal
vencedor da J-League, a liga profissional criada em 93: foi campeão em 96, 98 e no ano passado,
quando também tornou-se o único time a conquistar a "tríplice coroa" do futebol do país (a Liga Japonesa, a Liga dos Campeões e a
Copa do Imperador).
Se não foi o único, o Antlers foi
o mais forte motivo para que Kashima fosse escolhida também
uma das sedes da Copa de 2002.
E, por causa do futebol, o pequeno município tem uma ligação também muito forte com o
Brasil. Pelo Kashima Antlers passaram dezenas de jogadores brasileiros, entre eles Zico, maior ídolo da história do clube e ainda hoje o seu diretor técnico.
O atual treinador, que levou o
clube ao apogeu de títulos, é Toninho Cerezo, que conta com outros três brasileiros na comissão
técnica e dois no time (o atacante
Bismarck e o zagueiro Fabiano).
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