FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MÔNACO

O GP de Mônaco, ontem, foi decidido antes mesmo de começar. Na saída para a volta de apresentação, uma pane eletrônica no sistema de largada jogou o pole position, David Coulthard, para o último lugar do grid e deixou caminho aberto para a 48ª vitória de Michael Schumacher na F-1.
Rubens Barrichello chegou na segunda colocação, estabelecendo sua quinta dobradinha com o tricampeão desde que chegou à Ferrari, no ano passado. Eddie Irvine, da Jaguar, ficou em terceiro.
Foi a quarta vez na temporada que um carro da McLaren ficou parado no grid com uma pane eletrônica. A palavra na equipe, após a prova, era "frustração".
"Aquilo não deveria ter acontecido. Fiquei frustrado", disse Coulthard, que ainda conseguiu chegar em quinto após uma polêmica disputa de posições com o brasileiro Enrique Bernoldi, da Arrows (leia texto abaixo).
"Foi um dia frustrante", disse o chefe do time, Ron Dennis -o outro carro da equipe inglesa, de Mika Hakkinen, deixou a prova com um problema na direção.
Saindo da pole, o escocês tinha chances de sair de Mônaco com a liderança do Mundial. Bastava manter a ponta e esperar que seu companheiro de equipe tomasse o segundo lugar de Schumacher.
Seu objetivo, agora, fica adiado pelo menos até o GP da Europa, no final do mês que vem. Com uma vantagem de 12 pontos sobre Coulthard, agora, o alemão não poderá ser superado na corrida do Canadá, próxima etapa.
"Ele obviamente teve um problema no sistema de largada, mas não tenho muita idéia do que aconteceu. Perguntem para a McLaren, o problema é deles", disse Schumacher, questionado sobre as falhas da equipe rival.
Mais tarde, admitiu que seu trabalho na corrida ficou bastante fácil após a pane no McLaren.
"Não aconteceu nada excepcional durante a corrida, não houve um lance de emoção", afirmou. "É sempre legal vencer em Mônaco, mas a corrida aqui foi bem tranquila. Tive tempo pra conversar com o Ross [Brawn, engenheiro ferrarista", saber o que estava acontecendo."
Foi a quinta vitória de Schumacher na mais tradicional das corridas da F-1, o que o deixa empatado com o inglês Graham Hill. Em 2002, ele terá a possibilidade de igualar o recorde de Ayrton Senna, o "Mister Mônaco", que venceu seis vezes no principado.
Barrichello, que subiu ao pódio pela quinta vez no ano e voltou a dar sua "sambadinha", disse ter sentido cãibras durante o GP.
"A partir da décima volta, os pedais do carro começaram a vibrar muito e fiquei com cãibra no meu pé direito", declarou. "Estava no limite, não tinha como me superar. Graças a Deus, consegui levar o carro até o final da corrida."
Depois de ter assinado um documento se comprometendo a não criticar mais a Ferrari publicamente, o brasileiro adotou, nas entrevistas no paddock, um tom muito mais ameno que o normal.
"A gente tem que estar sempre contente com tudo aquilo que acontece", afirmou o ferrarista.



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