|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Vice-presidente de futebol disse estar cansado dos atritos com o vice de finanças do clube e põe presidente em xeque
Citadini abre mão de cargo no Corinthians
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Antonio Roque Citadini cansou
dos desmandos do departamento
de finanças do Corinthians e colocou seu cargo à disposição do presidente Alberto Dualib.
"Não quero e não preciso mais
ser vice de futebol. Agora a decisão está no ar", disse ele.
A favor da continuidade da parceria entre o clube e o HMTF, fundo de investimentos norte-americanos, e desafeto de Carlos Roberto de Mello, vice de finanças, Citadini deu a sua última cartada para
forçar a separação do departamento de futebol do restante do
clube na última quinta-feira.
Citadini acredita que pode ganhar a quebra de braço com Mello
ao colocar o presidente do Corinthians em xeque. Apesar de folclórico e criticado pela Gaviões da
Fiel, maior organizada do time,
Citadini é o braço-direito de Dualib, que a ele confia muito mais tarefas do que as que caberia ao vice
de futebol do clube desde que ele
assumiu o cargo no segundo semestre de 2000, quando o time
acumulava uma série recorde de
derrotas na Copa JH. Virou o "escudo corintiano" -coisa que
agrada não só Dualib, como o
parceiro norte-americano.
Depois da eliminação do Corinthians no Supercampeonato Paulista na última quarta-feira, Citadini se reuniu com Dualib e avisou que estava de saída. Deu prazo de uma semana para que o presidente arrumasse um substituto
para assumir a vice-presidência
de futebol do clube.
"Disse a ele [Dualib" que do jeito que está não quero ficar. Sou
contra algumas atitudes que estão
sendo endossadas pela diretoria e,
se continuar assim, não tem sentido eu ficar", afirmou Citadini, que
à Folha disse que a sua decisão
não é irreversível.
A revolta de Citadini está ligada,
segundo ele, às dívidas que o departamento de futebol está acumulando por causa da interferência de Mello na administração.
A gota d'água foi o vice de finanças ter usado o prêmio pago pela
Liga Rio-São Paulo para quitar dívidas do social do clube. Citadini
contava com os R$ 2,5 milhões do
título do interestadual para pagar
os bichos dos jogadores, que até
agora não receberam os prêmios
pelas conquistas do Rio-SP e da
Copa do Brasil -fato que está
atrasando o início das férias.
"O departamento futebol não
tem que perder R$ 900 mil por
mês a troco de nada. O futebol
tem que se manter e os outros departamentos também", afirmou
ele na semana passada, antes de
entregar a sua carta de demissão
na quinta-feira, dia 23.
Texto Anterior: Futebol: Gabriel adia renovação com o São Paulo Próximo Texto: Basquete: Nacional abre hoje semifinais do masculino Índice
|