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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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TÊNIS

Blablablá do saibro

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Após um certo temor pelas chuvas no fim de semana, o sol ajudou os primeiros dias de Roland Garros. Em quadra, algumas surpresas; fora, só se fala dos espanhóis e dos argentinos.
"O campeão falará espanhol ou português. Dos espanhóis, qualquer um pode ganhar; os argentinos estão fortes, e Kuerten sempre chega bem aqui", dizia Moyá.
É o Grand Slam dos latinos, falam. Nunca houve tanta expectativa em relação a especialistas em saibro. Tem gente mais interessada nos jogos de Guillermo Coria e David Nalbandian, por exemplo, do que nos de Lleyton Hewitt e Andre Agassi. Exagero.
 
Finalista duas vezes e por muito tempo representante maior da chamada armada espanhola, Alex Corretja caiu na estréia.
Ignorando sua carreira decadente, Corretja chegara a Paris dizendo que "teria dúvida sobre a campanha em Roland Garros não fossem os bons resultados nesta temporada; mas [meu] moral está em alta, e estou tranquilo, como pouca vezes estive". Piada.
 
Outro favorito que caiu já foi Roger Federer. Não era pouca gente que imaginava o suíço capaz de fazer frente aos latinos. Não resistiu, porém, nem ao esforçado peruano Luis Horna.
Pior que Corretja, que chegou falando muito, foi Federer, que saiu falando absurdos. "Eu tenho uma habilidade natural no saibro; o jeito que eu me movimento... (...) É o piso em que fiz o maior progresso. (...) Provei que posso jogar bem aqui." Tchau.
 
Também decadente, Monica Seles entrou muda e saiu humilhada. Pela primeira vez, perdeu logo na estréia em um Grand Slam e, pior, com "pneu" no segundo set.
Na Austrália, ela caiu na segunda rodada. O que vem pela frente? Provavelmente mais nada.
 
Outro que chegou falante foi Andre Agassi, principalmente depois da vitória fácil sobre o fraco Karol Beck. Questionado sobre a promessa de jogar duplas com a mulher, Steffi Graf, saiu-se com uma boa e verdadeira "ela está grávida". E brincou, dizendo que "ela fez tudo o era possível para fugir das duplas, inclusive engravidar". "Talvez algum dia a gente jogue duplas juntos." Difícil.
 
Foi maior do que o esperado o sufoco de Guga na estréia. O "natimorto" Marc Rosset resistiu bravamente. "Foi difícil ganhar dele." O que se viu depois foi um Guga aliviado, relaxado. Agora, dois bons tenistas: Hicham Arazi e, provavelmente, Gastón Gaudio. "Vou poder estar um pouco mais relaxado." Sim, mas não muito.
 
Ouço Flávio Saretta falar do jogo contra Ievguêni Kafelnikov: "Vamos encarar de igual para igual. Todas as vezes que o Guga ganhou do Kafelnikov aqui foi campeão. Então dá para tentar aproveitar isso", dizia, sorridente. Que não fique só nas palavras.

Ainda em Paris
Emocionante a despedida de Michael Chang de Roland Garros. Eliminado na estréia, o norte-americano, mais jovem a ganhar em Paris, chorou como um bebê com a homenagem dos organizadores.

Em São Luís
Sucesso a segunda etapa do Grand Slam infanto-juvenil da CBT. Os campeões Pedro Henrique Campos e Fernanda Martins (18 anos), Luis Henrique Granjeiro e Carolina Malheiros (16), Leandro Nascimento e Natasha Lotuffo (14) e Thiago Pfrimer e Jessica de Brito (12).

Em Guarulhos e em Joinville
O Guarulhos Tênis Clube hospeda o Circuito Banco do Brasil. Em Joinville, acontece o Credicard MasterCard Junior's Cup.

E-mail reandaku@uol.com.br


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