São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

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Copa 2006

Hexa vale a massagista troca do fusca

Entre milionários, Denir Silva diz que dinheiro do prêmio do troféu será usado para encostar carro de 1988

Na Copa passada, CBF pagou R$ 75 mil brutos para cozinheiras e outros membros do estafe que não tinham credenciais da Fifa

DOS ENVIADOS A WEGGIS

Em meio a milionários jogadores que querem o título na Alemanha para turbinar a fama, o massagista Denir Silva, 58, embarcou para a Suíça com um outro sonho, além da conquista do hexacampeonato. Ele quer trocar o seu ""fusquinha 88" por um carro melhor com o dinheiro da premiação em caso de vitória da seleção.
Novato na delegação, o massagista ganhou uma licença de cerca de dois meses do Flamengo para ajudar Ronaldo e companhia na Europa.
""Se vencermos, a satisfação profissional será enorme. Fora isso, o hexa será especial porque devo arrumar uma graninha para trocar o meu carro", afirmou Denir, que mora em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O modelo ainda não foi escolhido.
Na Copa passada, a CBF pagou R$ 75 mil brutos para cozinheiras e outros membros do estafe que não tinham credenciais da Fifa. Até o motorista Odair Araújo Silva, o assessor Alexandre Silva da Silveira e o chefe de gabinete Ivan dos Santos Souza receberam a premiação pelo penta.
Denir não revela o seu salário no Flamengo, que dificilmente ultrapassa cerca de R$ 1.000. Na seleção, ele terá direito a uma diária da CBF, que mantém o valor em sigilo.
A rotina do massagista é dura na seleção. Além do trabalho no vestiário, ele está sempre no campo ajudando os jogadores. Às vezes, atua de gandula. Em outras, auxilia os atletas nos exercícios físicos.
"Não consigo ficar parado. Gosto de ajudar", disse Denir, que está sempre conversando com os atletas nos intervalos. Os jogadores revelados pelo Flamengo -Adriano, Juan, Júlio César e Gilberto- são os mais íntimos dele.
Massagista do clube carioca desde 1981, Denir falou que está disposto a virar madrugadas para ajudar os jogadores. ""Nesta minha profissão somos sempre os últimos a dormir, mas não tem problema. No meu clube, já virei noite fazendo tratamento para colocar o Júnior Baiano em campo. Se tiver que fazer isso novamente, faço sem problemas", declarou.
Fluminense de Santo Antônio de Pádua, Denir já conheceu praticamente todo o mundo por causa do futebol. ""Adorei os espanhóis e os coreanos. As pessoas lá são muito simpáticas e gostam de viver", afirmou ele.
Apesar de ser o novato da seleção nesta Copa, o massagista já disputou um Mundial. Ele integrou a delegação do Iraque na Copa do México em 1986.
"O doutor [José Luís] Runco me convidou naquela época, e aceitei. Só que nem conheci o Iraque. Agora, todos estão orgulhosos lá em casa." (PAULO COBOS, RICARDO PERRONE, SÉRGIO RANGEL E EDUARDO VIEIRA DA COSTA)


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