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Copa 2006
Hexa vale a massagista troca do fusca
Entre milionários, Denir Silva diz que dinheiro do prêmio do troféu será usado para encostar carro de 1988
Na Copa passada, CBF pagou R$ 75 mil brutos para cozinheiras e outros membros do estafe que não tinham credenciais da Fifa
DOS ENVIADOS A WEGGIS
Em meio a milionários jogadores que querem o título na
Alemanha para turbinar a fama, o massagista Denir Silva,
58, embarcou para a Suíça com
um outro sonho, além da conquista do hexacampeonato. Ele
quer trocar o seu ""fusquinha
88" por um carro melhor com o
dinheiro da premiação em caso
de vitória da seleção.
Novato na delegação, o massagista ganhou uma licença de
cerca de dois meses do Flamengo para ajudar Ronaldo e companhia na Europa.
""Se vencermos, a satisfação
profissional será enorme. Fora
isso, o hexa será especial porque devo arrumar uma graninha para trocar o meu carro",
afirmou Denir, que mora em
Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O modelo ainda não
foi escolhido.
Na Copa passada, a CBF pagou R$ 75 mil brutos para cozinheiras e outros membros do
estafe que não tinham credenciais da Fifa. Até o motorista
Odair Araújo Silva, o assessor
Alexandre Silva da Silveira e o
chefe de gabinete Ivan dos Santos Souza receberam a premiação pelo penta.
Denir não revela o seu salário
no Flamengo, que dificilmente
ultrapassa cerca de R$ 1.000.
Na seleção, ele terá direito a
uma diária da CBF, que mantém o valor em sigilo.
A rotina do massagista é dura
na seleção. Além do trabalho no
vestiário, ele está sempre no
campo ajudando os jogadores.
Às vezes, atua de gandula. Em
outras, auxilia os atletas nos
exercícios físicos.
"Não consigo ficar parado.
Gosto de ajudar", disse Denir,
que está sempre conversando
com os atletas nos intervalos.
Os jogadores revelados pelo
Flamengo -Adriano, Juan, Júlio César e Gilberto- são os
mais íntimos dele.
Massagista do clube carioca
desde 1981, Denir falou que está
disposto a virar madrugadas
para ajudar os jogadores. ""Nesta minha profissão somos sempre os últimos a dormir, mas
não tem problema. No meu clube, já virei noite fazendo tratamento para colocar o Júnior
Baiano em campo. Se tiver que
fazer isso novamente, faço sem
problemas", declarou.
Fluminense de Santo Antônio de Pádua, Denir já conheceu praticamente todo o mundo por causa do futebol. ""Adorei os espanhóis e os coreanos.
As pessoas lá são muito simpáticas e gostam de viver", afirmou ele.
Apesar de ser o novato da seleção nesta Copa, o massagista
já disputou um Mundial. Ele integrou a delegação do Iraque na
Copa do México em 1986.
"O doutor [José Luís] Runco
me convidou naquela época, e
aceitei. Só que nem conheci o
Iraque. Agora, todos estão orgulhosos lá em casa."
(PAULO COBOS, RICARDO PERRONE, SÉRGIO RANGEL E EDUARDO VIEIRA DA COSTA)
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