São Paulo, segunda-feira, 28 de maio de 2007

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JUCA KFOURI

Um pavor de clássico

São Paulo e Palmeiras se respeitaram tanto que desrespeitaram o torcedor, que ficou em casa, com medo

TINHA MAIS corintianos no sábado, à noite, no gelado Morumbi, que são-paulinos e palmeirenses, no domingo, à tarde, fria, mas com sol. Prova de que o torcedor tem medo dos clássicos locais.
No que faz bem e no que fez bem, especialmente, em relação ao jogo de ontem, se é que se pode chamar de jogo aquilo que tricolores e alviverdes apresentaram no gramado. Gramado também ruim, por sinal, segundo depoimento dos atletas.
E tão ruim quanto, ou mais, foi o árbitro, que, em vez do apito, tinha uma banana na boca, que o impediu de logo no começo da partida expulsar Edmundo de campo, por falta inqualificável em Miranda.
Se nossas autoridades se lixam para a violência entre torcidas que afasta o cidadão comum dos estádios, nossos árbitros se lixam para a violência entre os profissionais da bola. Autoridade só mesmo para expulsar quem? Um preparador físico, do banco, por reclamação.
Os primeiros 45 minutos do clássico foram pavorosos. Os tricolores tinham medo dos alviverdes, que tinham medo dos tricolores.
Os últimos 45 minutos foram menos piores. Mas o medo da derrota permaneceu, quase que num acordo tácito em torno do 0 a 0. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Menos o futebol.

Santos surpreende
O Santos pegou o Atlético-PR de calças curtas. Em vez de só reservas, um misto. E marcação no campo do Furacão.
E busca de gol. Que veio, para uma vitória justa, que deixa as coisas menos aflitivas no Brasileirão e, além do mais, estimula para o grande jogo desta quarta, no Olímpico.
Aliás, curiosamente, os quatro times que têm jogos decisivos neste meio de semana, pela Libertadores e pela Copa do Brasil, acabaram por vencer suas partidas, ao contrário do que se imaginava.

Corinthians em casa
Pelo que se viu no sábado, no empate com o Galo, outra vez diante de sua torcida como na estréia na vitória sobre o Juventude, o Corinthians parece talhado a se dar melhor longe de casa, como se deu contra o Cruzeiro. Sem a pressão da Fiel, pode assumir suas limitações, jogar fechado e surpreender na base da velocidade. Verdade que jogou muito melhor contra os mineiros do que contra os gaúchos, mas, no primeiro tempo, esteve mais perto de sofrer do que fazer gols, ao contrário do segundo, quando brilhou o goleiro Diego.
Que está lá para defender, razão pela qual não é correto dizer que o resultado tenha sido injusto.

Festa em Barueri
Dando prosseguimento à sua campanha para ser candidato a governador de SP, o prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PMDB), inaugurou parte do estádio municipal da cidade. Já enterrou lá R$ 70 milhões, ao mesmo tempo em que, na semana retrasada, esteve no Ministério da Saúde, em Brasília, para pedir auxílio federal, pois alega que precisará de R$ 40 milhões só para os equipamentos do hospital que promete inaugurar em 2008. Pelo andar da carruagem, o estádio estará pronto antes. A isso se chama administrar com prioridades.


blogdojuca@uol.com.br

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