ENVIADO AO RIO

Responsável por avaliar os trabalhos da Olimpíada- -2016 para o COI, a marroquina Nawal El Moutawakel já teve uma relação bem mais leve com a cidade. Correu, anônima, em suas ruas na década de 80.
Isso foi depois de seu título olímpico nos 400 m com barreira, em Los Angeles- -1984. Ela não soube precisar o ano em que esteve na cidade brasileira, mas declarou que foi uns anos depois da medalha de ouro.
"Fui a uma agência de viagem e pedi pacote para um lugar com sol. Eles me ofereceram o Rio. Vim de mochila nas costas", contou El Moutawakel. "Eu ficava correndo pelas ruas da cidade, na beira da praia, nesses cenários bonitos."
Seu anonimato no Rio é bem diferente do que vivenciava no Marrocos.
Por ordem do Rei Hassan 2º, todas as meninas nascidas no dia da sua vitória olímpica passaram a ter seu nome. O feito foi celebrado com uma grande festa nas ruas de cidades do país.
Isso dá a medida de sua conquista. Era a única mulher na delegação marroquina em Los Angeles.
Foi convocada após um bom desempenho no atletismo pela Universidade de Iowa, nos EUA.
Mas só passou a correr ainda pequena porque vivia em uma família liberal em Casablanca. Funcionário público, seu pai, Mohamed El Moutawakel, permitiu que treinasse e desenvolvesse a carreira, o que não era costume muçulmano.
Mais tarde, tornou-se dirigente esportiva de atletismo e, depois, do COI. É uma das 19 membros da assembleia do comitê, que tem 95 homens nos quadros. (RM)


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