São Paulo, sexta, 28 de maio de 1999 |
Próximo Texto | Índice FUTEBOL Em seu 44º jogo no ano, contra o Botafogo, pela semifinal da Copa do Brasil, time volta a viver medo de lesões Palmeiras joga à espera de "estouro'
FÁBIO VICTOR da Reportagem Local "A cada jogo eu tenho medo que estoure uma lesão em alguém." O temor do preparador físico do Palmeiras, Paulo Paixão, será novamente testado hoje à noite, quando o time entrar no campo do Parque Antarctica para enfrentar o Botafogo, no primeiro confronto entre os dois pelas semifinais da Copa do Brasil. O Palmeiras defende o título do torneio, que garante uma vaga na Taça Libertadores do ano 2000. Mais uma vez nesta temporada, o intervalo entre este e o último jogo do Palmeiras (vitória de 3 a 0 sobre o River Plate) será de 48 horas. Será a 44ª partida da equipe de Scolari neste ano -41 oficiais. Embora o rodízio de atletas tenha amenizado o excesso de jogos (leia texto ao lado), o número faz do Palmeiras o time paulista que mais atuou na temporada. Em segundo lugar, está o Corinthians, com 37 jogos oficiais, seguido de Lusa (31), Santos (29) e São Paulo (27). O excesso de partidas tem feito com que os atletas compartilhem do medo de Paixão. O volante César Sampaio, que já participou de 26 jogos na temporada, demonstra um misto de temor e indignação. "A gente entra em campo apreensivo. Estamos no limite. Temos jogado dentro do nosso máximo, gastando todas as nossas reservas. Contra o River Plate (anteontem), teve uma hora que o Paulo (Nunes) sentiu uma dor, e eu já fiquei imaginando algo pior", relatou César Sampaio. Para o volante, os jogadores também têm culpa pela situação. "Já que os sacrificados somos nós, poderíamos usar mais o nosso sindicato para participar da elaboração do calendário." Nos quatro anos em que atuou no futebol japonês, Sampaio conta que fazia uma média de 55 jogos por ano. É um índice semelhante ao do futebol europeu. Caso também dispute as finais do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil, o Palmeiras terá realizado 54 partidas apenas no primeiro semestre deste ano. Ao mesmo tempo em que é um "fantasma", a maratona de jogos tem ressaltado o trabalho de Paixão. Scolari e jogadores creditam cada vez mais parte do sucesso da equipe ao preparador e aos fisiologistas do Palmeiras. "A qualidade técnica do grupo é sensacional. O fato de o time estar taticamente muito entrosado facilita. Como costumamos dizer na preparação física, eles estão correndo certo", retribui Paixão. Contudo, ele mesmo admite que a sua atividade tem sido limitada. "Não tive tempo para fazer pré-temporada, e, com essa maratona, o que tenho feito é somente recuperar os jogadores, e não condicioná-los fisicamente." A recuperação a que ele se refere consiste em alongamentos, corridas leves e sessões de hidromassagens após as partidas. Assim, cresce o trabalho dos fisiologistas Ivan Piçarro e Paulo Zogaib. São eles que ministram superdoses diárias de carboidratos (diluídos em isotônico), potássio e magnésio (em comprimidos) e aminoácidos (líquido) aos atletas. A bioquímica tem sido eficaz. Apenas três jogadores sofreram lesões musculares até agora: o goleiro Velloso e os zagueiro Cléber e Rivarola, todos em tratamento. ² NA TV - Bandeirantes, Globo, canal alternativo da Sportv (apenas para SP e RJ) e ESPN Brasil, ao vivo, às 21h40 Próximo Texto | Índice |
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