FÁBIO SEIXAS

enviado especial a Barcelona

Líder da F-1, o alemão Michael Schumacher lançou mão da ironia para pressionar seu maior rival, o finlandês Mika Hakkinen. Ontem, questionado se havia assistido à final da Copa dos Campeões, entre Manchester United e Bayern de Munique, o ferrarista, fã de futebol, declarou: "Não deu. Estava treinando em Fiorano".
A seu lado, Hakkinen esboçou um sorriso amarelo. Pouco antes, havia dito que estivera nas tribunas do Camp Nou, anteontem -o Manchester sagrou-se campeão. A cena retrata bem as situações dos dois pilotos para o GP da Espanha, quinta etapa do Mundial, neste domingo. Hoje, acontece o primeiro treino livre.
Ao contrário do que aconteceu em Mônaco, há duas semanas, o circuito espanhol é amplamente favorável aos carros da McLaren. Foi em Barcelona que o time inglês baseou seus testes de pré-temporada. E foi em Barcelona, na semana passada, que Hakkinen e seu companheiro de equipe, David Coulthard, bateram as Ferrari em um teste coletivo. Daí, toda a tranquilidade do finlandês.
"Claro que estou confiante. Temos um bom acerto para essa pista", afirmou Hakkinen. Schumacher reconheceu que será difícil bater a McLaren. Dizer que treinou em Fiorano foi uma maneira de deixar clara a desvantagem da Ferrari e jogar a responsabilidade para os rivais, hoje sua única forma de pressão.
"Esse, provavelmente, será o pior circuito para nós. Aqui, a Ferrari é pior em aerodinâmica, aderência mecânica e potência de motor." Para testar em semana de GP, o que é proibido, a Ferrari alegou mais uma vez que estava fazendo o "shake down" (verificação de funcionamento) de seus carros.
Barcelona é o primeiro circuito rápido do ano. No fim da reta dos boxes, os carros chegam a 305 km/h. No ano passado, a McLaren dominou todo o final de semana. A dupla Hakkinen-Coulthard obteve a primeira fila no grid e as duas primeiras posições ao fim da prova.



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