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"Scolari de Yorkshire" tenta se firmar com a Inglaterra
Futuro técnico da seleção, assistente McClaren ofusca o atual treinador, Eriksson, e ajuda a comandar o time com estilo que inclui berros à beira do campo
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A BÜHLERTAL
Ele comanda a Inglaterra à
beira do campo com a roupa esportiva do time, grita com os jogadores, gesticula e tem "feito"
mais nome na Copa alemã. Não
é Luiz Felipe Scolari, brasileiro
que esteve a ponto de assumir o
time da rainha. Nem Sven-Göran Eriksson, sueco que não
larga o terno, os óculos e o seu
lugar no banco de reservas.
"Vamos lidar com eles [portugueses] da melhor forma que
pudermos, mas a chave está em
nós. Se jogarmos com 100% de
nossas forças, venceremos os
jogos importantes", diz Steve
McClaren, como se fosse o treinador do English Team.
E, pode-se dizer, ele é. Está
definido que Eriksson deixa a
equipe após a Copa, e McClaren, seu braço direito na seleção inglesa, assume o cobiçado
cargo -Eriksson ganha cinco
vezes mais que Scolari em Portugal (5 milhões de libras/ano,
cerca de R$ 20,4 milhões).
Nos jogos da Inglaterra na
Copa, McClaren tem se esforçado para aparecer -é o motivador do time, em pé, na chamada área técnica. Também
tem lições sobre como lidar
com a voraz imprensa inglesa e
como amenizar seu sotaque de
Yorkshire -Alf Ramsey, lendário treinador da Inglaterra,
campeão mundial em 1966,
também teve que aprimorar
suas falas sem sotaque.
"Nossas performances têm
que melhorar. Não temos feito
o suficiente para ganhar grandes jogos, mas temos que melhorar passo a passo", diz.
"Ele está desesperado para
impressionar os chefes da FA [a
federação inglesa de futebol].
Está fazendo terapia para melhorar seu discurso. Até chamou um guru para cuidar das
notícias sobre seu caso extraconjugal", conta Gay Payne, do
diário britânico "The Sun".
A terceira batalha entre Scolari e Eriksson -o primeiro
venceu pelo Brasil na Copa-02
e por Portugal na Euro-04- ganhou um escudeiro. "Será um
jogo duro. Portugal tem bons
jogadores e vive um bom momento. Às vezes, é preciso mudar formações e táticas para
anular os pontos fortes do rival.
É o que temos de fazer", diz o
ainda número 2 inglês.
Eliminar o time de Scolari seria uma vitória pessoal para
Eriksson e também para
McClaren. "A FA tinha que escolher o homem certo para o
cargo, e creio que escolheram",
diz o homem que era "manager" do Middlesbrough e lutava
contra a corrente que preferia
um estrangeiro de renome.
Ontem, supostas declarações
de Scolari -de que no sábado
seria o último jogo de Eriksson- repercutiram na imprensa inglesa, mas não muito na
equipe. "Não quero revanche.
Quero ganhar de Scolari para ir
às semifinais. Podemos ser
campeões",disse o sueco, que,
sem clima, agora parece ser só o
braço esquerdo de McClaren.
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