São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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Seleção de Dunga imita trajetória da de Parreira

Na história, na tática e até em casos corriqueiros, equipes são semelhantes

Grupo que hoje pega os EUA pode ostentar o status de favorito no Mundial-2010, como o que brilhou em 2005 e naufragou um ano depois

Paulo Whitaker/Reuters
O treinador Dunga, que fará hoje sua 45ª partida no comando
da seleção brasileira, observa os jogadores em Johannesburgo


EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS

ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO A partida diante dos EUA, hoje, às 15h30, vale para a seleção brasileira mais uma Copa das Confederações, a segunda competição mais importante organizada pela Fifa.
Mas um triunfo também vai mimetizar, com o time de Dunga, a trajetória vivida por seu antecessor, que acabou em um naufrágio na Copa de 2006.
O título na África do Sul dará ares de favorito ao Brasil no Mundial do ano que vem. Foi com esse prestígio que o time de Carlos Alberto Parreira saiu da Copa das Confederações de 2005, após, jogando bom futebol, ter conquistado a taça.
Seria mais uma coincidência unindo as histórias das duas equipes, histórias essas já tão repletas de pontos em comum.
Um exemplo: Parreira e Dunga foram campeões da Copa América sem contar com os principais astros de cada época. Outro: depois de 14 rodadas, o estágio atual das eliminatórias sul-americanas, a seleção tinha no qualificatório para 2006 os mesmos 27 pontos que tem agora -a chance de sacramentar sua classificação na 16ª rodada, contra o Chile, como na edição passada, é grande.
E mais: os pontos altos das gestões dos dois treinadores aconteceram diante da Argentina, a maior rival da seleção.
Até taticamente há semelhanças. Na Copa das Confederações de 2005, o Brasil brilhou com o quarteto ofensivo que tinha Kaká, Ronaldinho, Robinho e Adriano. Agora, em 2009, Ramires, Kaká, Robinho e Luis Fabiano brilham. Na Alemanha, Cicinho empolgava na lateral direita, e Gilberto era só burocrático na esquerda. Na África do Sul, Maicon e Daniel Alves voam pela direita, enquanto André Santos e Kléber não empolgam do outro lado.
Nas duas Copas das Confederações, o time vivia um clima de lua de mel com os técnicos, em perfeita harmonia e sem queixas, mesmo com a maratona de jogos e as férias dos jogadores "europeus" abreviadas bruscamente na maioria dos casos.
"A gente não espera ter esse rótulo [de melhor do mundo]. Que outras seleções o tenham. Eu tento passar aos jogadores o que aconteceu em 2006. Erros e posturas que não podem mais ser cometidos e a importância de jogar na seleção", afirmou o treinador brasileiro.
Ele diz ter convicção de que seu time não irá repetir o clima de superfavoritismo da seleção que acabou na decepção de 2006, quando, após jogos de pífio desempenho, o time acabou eliminado pela França de Zidane e cia. nas quartas de final.
"O Brasil tem que entrar para vencer sempre, e temos que saber conviver com isso. O que me preocupa é quando algumas pessoas começam a torcer para o Brasil", disse Dunga, que tem a chance de isolar a seleção como a maior vencedora da Copa das Confederações. Brasileiros e franceses têm dois títulos do certame. Os EUA nunca ganharam a competição, assim como qualquer outro título para homens com a chancela da Fifa.
Depois de hoje, a seleção só volta a se reunir em agosto, para amistoso contra a Estônia. Em setembro, pelas eliminatórias, o time desafia a crise da Argentina sob a batuta de Maradona, em Buenos Aires.


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