São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUCA KFOURI

A vingança de Tio Sam


O basquete brasileiro já aprontou grande surpresa para o norte-americano numa decisão. Revanche?


O SOCCER saiu na primeira página do "New York Times", com manchete alusiva ao "milagre" da eliminação da Espanha pelo time de Tio Sam na Copa das Confederações, na África do Sul. Uma festa, uma baita notícia mesmo, uma surpresa que entra para os anais da história do futebol, assim como a vitória do mesmo selecionado dos Estados Unidos sobre a Inglaterra, 1 a 0, em Belo Horizonte, na Copa do Mundo de 1950. Ou assim como entrou para a história do basquete a vitória brasileira, em Indianápolis, nos EUA, na decisão dos Jogos Pan-Americanos de 1987, quando a dupla Marcel/Oscar liderou uma façanha que terminou em 120 a 115 e também foi parar na primeira página do "NYT". A notícia sobre o feito diante dos espanhóis campeões europeus batidos por 2 a 0 saiu no pé direito da capa do jornalão norte-americano. Uma vitória hoje sobre a seleção brasileira e a consequente conquista do título do torneio em gramados sul-africanos provavelmente elevarão o calor da manchete para a parte superior da primeira página. E será possível? Será tão possível como teria sido a vitória do time de Joel Santana sobre o de Dunga, não fossem outra defesa extraordinária de Júlio César e um gol que caiu do céu de Daniel Alves. Tomara, aliás, novo lateral-esquerdo da seleção, porque seu batismo na posição não poderia ter sido mais feliz, mais até do que imaginou quem achava que dava para tentar tal improviso, como, modestamente, este afortunado colunista. É, houve sim um momento do jogo entre brasileiros e sul-africanos que pareceu ensaiar o jogo que o mundo mais queria ver, entre Brasil e Espanha. Só que para decidir o terceiro, e não o primeiro lugar do barulhento torneio. Ora, é claro que o time amarelo é favorito e que parece improvável que a zebra de listras vermelhas e azuis paste de novo na verdejante grama africana. Mas que é bom tomar cuidado é, porque a ressaca egípcia e o salto alto espanhol puderam sentir como é cada vez mais verdadeira a máxima que nos irrita a todos, mas inescapável: não existem mais bobos no futebol. Ou, se você, incurável romântico e saudosista preferir, só existem bobos no futebol de hoje em dia.

Redenção
Ao demitir o treinador de mais alto custo/benefício de sua história, o presidente do Palmeiras reassumiu as rédeas do clube e passou a ter a chance de implantar aquilo que sonha para reerguer o alviverde. Com o mais cotado Muricy Ramalho, ou com quem quer que seja, o Palestra Itália passará a viver um ar muito mais respirável.

Kirrata
Na coluna que discutiu a queda do futebol carioca, houve omissão da referência obrigatória aos dois títulos da dupla Fla-Flu nas Copas do Brasil de 2006/2007. O que, no entanto, não invalida o raciocínio em torno do amadorismo com que se dirige o futebol no Rio e da ilusão do autoengano a cada torneio estadual, como se a competição entre os quatro grandes fosse o bastante, mais ou menos do mesmo modo que os ingleses agiram até a Copa de 1950, quando acabaram surpreendidos pelos EUA. blogdojuca@uol.com.br


Texto Anterior: Vira-Casaca: EUA terão reforço de brasileiro que joga na Dinamarca
Próximo Texto: Salário faz americanos emigrarem
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.