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São Paulo vence à moda Muricy
Na estreia do técnico Ricardo Gomes, time busca nova fórmula, mas bate o Náutico na bola parada
São Paulo 2
Náutico 0
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Pelo chão, pelo chão", gritava o técnico Ricardo Gomes,
em sua estreia, para os são-paulinos. Ao pedir que os atletas tocassem a bola por baixo, ele sintetizava a mudança que tenta
implantar após a saída do antecessor Muricy Ramalho.
Só conseguiu este objetivo no
final do jogo. É verdade que
venceu o Náutico. Mas, na
maior parte do tempo, repetiu
erros e acertos que o time cometia com o antecessor.
Atacantes reclamaram do individualismo de Marlos, o
meio-campo tinha dificuldades
de criar pelo chão, a ausência de
Rogério Ceni era sentida e a defesa dava espaços não vistos
nos títulos nacionais.
Em compensação, o São Paulo repetiu a eficiência nas bolas
aéreas. Foi assim, com 1min do
segundo tempo, que Jean Holt
marcou de cabeça, após cruzamento de Hernanes. Aos
40min, o volante chutou forte,
em nova bola parada, e Johny
desviou para o gol.
Capitão do time, Hernanes
exibiu a dificuldade de jogos
anteriores para dar sequência
às jogadas -admitiu que tinha
de melhorar no intervalo. Em
compensação, participou dos
dois gols são-paulinos.
"Agradeço por ter dado a
oportunidade de mostrar o trabalho. Deu confiança", explicou Hernanes. "As coisas apertam, a gente tem que ficar firme
e seguir em frente."
Também de volta ao time,
Washington não aproveitou as
oportunidades de gol. Borges
acertou um chute na trave.
Ambos reclamaram do meia
Marlos, em jogadas diferentes,
por não terem recebido a bola.
Em sua defesa, o São Paulo
permitiu três finalizações próximas às traves no primeiro
tempo. E ainda sofreu uma bola
na trave na segunda etapa.
Também houve três cobranças
de falta perigosas para os são-
-paulinos, mas, sem Rogério,
pararam na barreira ou fora.
O principal problema são-
-paulino continuava a ser criar
ataques pelo chão. Foi nítido na
metade inicial do jogo. Repetiu-se depois do intervalo.
Ao perceber essa trava, Ricardo Gomes tirou Washington
e pôs Oscar. Foi a segunda
chance do meia, promovido dos
juniores, desde a saída de Muricy, que quase não o usava.
Depois disso, Richarlyson e
Marlos, que teve tonturas após
um choque e foi até o hospital,
saíram para as entradas de Hugo e Jorge Wagner. O time se
tornou mais rápido e contundente, com toques rasteiros.
Foi assim que Hugo e Borges ficaram na frente do gol, mas
desperdiçaram as conclusões.
"Foi bom. Você já viu uma
atuação melhor", afirmou Washington. "Conseguimos trabalhar bem a bola", acrescentou
Junior Cesar.
Os são-paulinos também
tentaram mostrar uma mudança no ambiente, tenso por reclamações que racharam o
elenco. Todos os jogadores se
abraçaram após o primeiro gol.
"O que aconteceu é que houve situações públicas [protestos]. Virou uma cobrança para
nós", explicou Zé Luis.
É certo que houve alterações
no ar, mas o São Paulo ainda
convive com a herança de Muricy. O time volta a jogar contra
o Coritiba, no domingo, no Sul.
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