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BASQUETE
Fracasso no acordo entre dirigentes de federações deve levar sede do campeão brasileiro feminino para o Rio
Sem pacto, Paraná migra para Mangueira
FÁBIO ZAMBELI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Paraná Basquete, atual campeão brasileiro feminino de basquete, planeja fechar uma parceria com o núcleo olímpico da
Mangueira para a disputa do Estadual do Rio de Janeiro.
A ex-jogadora Hortência Marcari, que gerencia a equipe paranaense, deve definir o acordo na
segunda-feira, em reunião com
dirigentes cariocas.
A negociação foi fortalecida
com o iminente fracasso das negociações entre representantes
das federações de Rio e São Paulo,
que tentavam ajustar o calendário
para a realização de torneios regionais em datas diferentes (leia
texto nesta página).
"Estou encontrando dificuldades para selar a parceria com cidades paulistas, e o projeto da
Mangueira me interessa muito,
pois tem uma vertente social",
disse Hortência, que já coordena
um programa do governo paranaense que reúne 3.600 crianças
em 13 cidades do interior.
O projeto que seduziu a ex-jogadora é encarado como um modelo de integração de esporte e cidadania no Rio por mobilizar a comunidade carente e perseguir a
redução dos índices de criminalidade juvenil no bairro, o que foi
reconhecido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura).
Ancorada na popularidade da
escola de samba do mesmo nome,
a Vila Olímpica da Mangueira
tem uma sede com 35 mil metros
quadrados no próprio morro e
conta com investimentos estimados em R$ 2 milhões anuais dos
setores público e privado.
O núcleo tem sete modalidades
implantadas e movimenta 2.335
atletas em sete modalidades -
são 300 só nas categorias de base
femininas do basquete.
"Essa parceria vai consolidar
nosso projeto, já que a Hortência
é, para todas as meninas que treinam conosco, um referencial histórico no basquete brasileiro",
disse o superintendente do complexo esportivo da Mangueira,
Samuel Santana Belarmino.
O time é tricampeão estadual feminino na categoria mirim e lidera os estaduais das categorias infantil, infanto-juvenil e juvenil.
O potencial futuro rival no campeonato também elogia a iniciativa. "Se ela (Hortência) vier para o
Rio, o esporte do Estado será valorizado", declarou o vice-presidente de esportes olímpicos do
Vasco, Fernando Lima.
Para aumentar os atrativos do
Estadual do Rio, a federação busca difundir a modalidade pelo interior. O objetivo é reunir um total de oito equipes.
Um dos clubes que já acertaram
parceria para montar um time de
nível intermediário é o Botafogo,
que fez acordo com o Vasto Verde
(SC). O América negocia com a
equipe de Londrina (PR).
"Faremos o máximo para termos um campeonato forte e competitivo", disse o diretor do departamento feminino da Federação do Rio, Guilherme Kroll.
O Paraná Basquete, que tem sede em São José dos Pinhais (PR),
foi o campeão do Nacional-2000 e
conta com estrelas da seleção brasileira, como as irmãs Helen, Cintia e Silvinha Luz.
A equipe também disputou -e
venceu- o Paulista-99 representando a cidade de Carapicuíba, na
Grande São Paulo.
"É uma perda, pois ela (Hortência) implantou um grande projeto aqui. Mas, mesmo assim, daremos continuidade a ele", declarou o diretor administrativo da
Secretaria de Esportes de Carapicuíba, Wagner Cotrim.
Colaborou a Sucursal do Rio
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