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FUTEBOL
Na morte súbita, anfitriões conquistam a Copa de Ouro e estendem tabu
Brasil olímpico não resiste à "boa fase" dos mexicanos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Antigos fregueses, os mexicanos
viraram o jogo. Com uma atuação
pífia, a seleção brasileira sub-23
perdeu ontem a decisão da Copa
Ouro, na Cidade do México, por 1
a 0, com um gol na morte súbita.
Com o resultado, o mais frequente adversário do Brasil nos
últimos tempos aumentou sua recente invencibilidade.
Nos últimos seis encontros em
partidas reconhecidas pela Fifa,
mexicanos conseguiram quatro
vitórias e dois empates.
O resultado de ontem impediu
que o Brasil conquistasse pela primeira vez o torneio, que reúne seleções das Américas do Norte e
Central -e que tinha o Brasil e a
Colômbia como convidados.
Mesmo com a formação que foi
bem nas vitórias sobre Colômbia
e EUA, a seleção foi dominada.
Aos 11min, não fosse Gomes, os
anfitriões já teriam inaugurado o
placar. O goleiro cruzeirense fez
duas boas defesas e evitou o gol
do México, que brilhava mesmo
sem o principal jogador, o zagueiro Rafael Marquez, machucado.
Mesmo assim, em contra-ataque, foi a seleção do técnico Ricardo Gomes que teve a melhor
chance na metade inicial do primeiro tempo. Kaká, aos 17min,
arrancou pela esquerda e finalizou rasteiro, mas a bola saiu rente
à trave esquerda de Sanchez.
O repente do meia-atacante
são-paulino, entretanto, não mudou o panorama. O México continuava a pressionar, tanto que, aos
26min, em chute que acabou com
a bola na trave, Arellano quase tirou do zero os donos da casa.
Cansado da improdutividade
de Robinho, que fechou sua participação sem marcar em cinco jogos na Copa Ouro, Ricardo Gomes trocou o atacante santista por
Carlos Alberto, do Fluminense.
A alteração não deu resultado
no início da segunda etapa. O México novamente mandava em
campo, levando perigo também
em lances de bola parada.
Sem a mesma movimentação
das últimas duas partidas, o Brasil
só não ficava em desvantagem no
placar pela boa atuação de Gomes, que era eficiente em todas as
investidas dos anfitriões.
Dessa forma, o jogo terminou 0
a 0 e foi para a prorrogação, em
que novamente o time mexicano
começou melhor.
Arrastando-se em campo, o
Brasil, exausto pela altitude da capital mexicana e pelo calor de
30C, não evitou o pior.
Logo aos 8min da primeira etapa do tempo extra, o atacante
Osorno invadiu a área, cortou a
zaga e finalizou de esquerda para
marcar o gol do título.
A recente supremacia do México contra o Brasil é ainda maior
em competições oficiais. O adversário prevaleceu na Copa das
Confederações-99, na Copa América-01 e duas vezes na Copa Ouro-03. Os dois empates ocorreram
em duelos amistosos.
Ao Brasil resta se queixar da dificuldade em jogar como visitante
-cinco dos últimos seis jogos
aconteceram em solo mexicano.
Repeteco
Nos últimos dez anos, ninguém
desafiou tanto a única seleção
pentacampeã do mundo.
Novamente levando em conta
as partidas reconhecidas pela Fifa,
foram 14 confrontos desde 1993,
sempre na administração de Ricardo Teixeira na CBF.
Como comparação, nesse período aconteceram 11 duelos contra a Argentina, o mais célebre rival do Brasil na história da bola.
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