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São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2003

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FUTEBOL

Na morte súbita, anfitriões conquistam a Copa de Ouro e estendem tabu

Brasil olímpico não resiste à "boa fase" dos mexicanos

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Antigos fregueses, os mexicanos viraram o jogo. Com uma atuação pífia, a seleção brasileira sub-23 perdeu ontem a decisão da Copa Ouro, na Cidade do México, por 1 a 0, com um gol na morte súbita.
Com o resultado, o mais frequente adversário do Brasil nos últimos tempos aumentou sua recente invencibilidade.
Nos últimos seis encontros em partidas reconhecidas pela Fifa, mexicanos conseguiram quatro vitórias e dois empates.
O resultado de ontem impediu que o Brasil conquistasse pela primeira vez o torneio, que reúne seleções das Américas do Norte e Central -e que tinha o Brasil e a Colômbia como convidados.
Mesmo com a formação que foi bem nas vitórias sobre Colômbia e EUA, a seleção foi dominada.
Aos 11min, não fosse Gomes, os anfitriões já teriam inaugurado o placar. O goleiro cruzeirense fez duas boas defesas e evitou o gol do México, que brilhava mesmo sem o principal jogador, o zagueiro Rafael Marquez, machucado.
Mesmo assim, em contra-ataque, foi a seleção do técnico Ricardo Gomes que teve a melhor chance na metade inicial do primeiro tempo. Kaká, aos 17min, arrancou pela esquerda e finalizou rasteiro, mas a bola saiu rente à trave esquerda de Sanchez.
O repente do meia-atacante são-paulino, entretanto, não mudou o panorama. O México continuava a pressionar, tanto que, aos 26min, em chute que acabou com a bola na trave, Arellano quase tirou do zero os donos da casa.
Cansado da improdutividade de Robinho, que fechou sua participação sem marcar em cinco jogos na Copa Ouro, Ricardo Gomes trocou o atacante santista por Carlos Alberto, do Fluminense.
A alteração não deu resultado no início da segunda etapa. O México novamente mandava em campo, levando perigo também em lances de bola parada.
Sem a mesma movimentação das últimas duas partidas, o Brasil só não ficava em desvantagem no placar pela boa atuação de Gomes, que era eficiente em todas as investidas dos anfitriões.
Dessa forma, o jogo terminou 0 a 0 e foi para a prorrogação, em que novamente o time mexicano começou melhor.
Arrastando-se em campo, o Brasil, exausto pela altitude da capital mexicana e pelo calor de 30C, não evitou o pior.
Logo aos 8min da primeira etapa do tempo extra, o atacante Osorno invadiu a área, cortou a zaga e finalizou de esquerda para marcar o gol do título.
A recente supremacia do México contra o Brasil é ainda maior em competições oficiais. O adversário prevaleceu na Copa das Confederações-99, na Copa América-01 e duas vezes na Copa Ouro-03. Os dois empates ocorreram em duelos amistosos.
Ao Brasil resta se queixar da dificuldade em jogar como visitante -cinco dos últimos seis jogos aconteceram em solo mexicano.

Repeteco
Nos últimos dez anos, ninguém desafiou tanto a única seleção pentacampeã do mundo.
Novamente levando em conta as partidas reconhecidas pela Fifa, foram 14 confrontos desde 1993, sempre na administração de Ricardo Teixeira na CBF.
Como comparação, nesse período aconteceram 11 duelos contra a Argentina, o mais célebre rival do Brasil na história da bola.


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