São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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Sprint final

Perto do final das disputas, Cuba abre vantagem de seis ouros em relação ao Brasil, que precisa de uma avalanche de sucessos nas modalidades em que é forte para fechar os Jogos no segundo lugar

Antonio Scorza/France Presse
Juliana dos Santos completa em primeiro lugar a prova dos 800 m no estádio João Havelange


ADALBERTO LEISTER FILHO
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

Foi um dia em que Cuba abriu vantagem na disputa pelo segundo lugar do quadro de medalhas do Pan do Rio. E ela só não é irreversível porque rostos brasileiros desconhecidos deixaram o duelo ainda em aberto na reta decisiva.
Os caribenhos ganharam ontem 11 ouros onde eram favoritos -canoagem, boxe, luta e atletismo. Os brasileiros, que superaram o recorde de 123 medalhas de Santo Domingo (já são 125), foram ao lugar mais alto do pódio cinco vezes, três onde poucos apostavam.
Cuba tem agora seis ouros a mais, mas nos dois dias que restam de provas o Brasil é cotado como favorito mais vezes.
Para manter vivo o sonho do vice-campeonato no Pan, azarões foram essenciais.
Pela manhã, a vitória chegou na canoagem, na prova do K4 1.000 m. Foi apenas a segunda medalha de ouro da modalidade na história dos Pans.
À tarde, dois triunfos que não foram surpresa, no hipismo e na ginástica rítmica, ambos por equipe. Mas eles não eram suficientes para encurtar a diferença para os cubanos.
Foi a vez então dos azarões. No boxe, Pedro Lima quebrou um tabu de 44 anos do Brasil e ficou com o ouro, em luta dramática contra o americano Demetrius Andrade -a virada veio nos 20 segundos finais.
No atletismo, Juliana Gomes dos Santos corria no pelotão principal dos 1.500 m até a metade da prova. Foi quando disparou para levar o mais improvável dos quatro ouros que o esporte ganhou até agora.
Com a superação de gente sem fama, a missão dos figurões, quase todos homens, ficou um pouco menos complicada para hoje e amanhã.
São mais de dez possibilidades reais de vitória com os homens e, pelo que ocorreu até agora, é uma vantagem. Se o Pan fosse só para homens, a delegação brasileira teria chance, ainda que só razoável, de terminar à frente dos EUA -a maior potência esportiva do planeta tem "só" nove ouros a mais. Mas, se a competição fosse só para mulheres, o time americano já seria campeão, com 32 ouros a mais do que o Brasil.
Nos últimos dois dias de disputa, os homens são favoritos em várias modalidades. Na vela, no último dia de regatas, quatro classes são lideradas por competidores brasileiros.
Jadel Gregório, dono da melhor marca do ano no salto triplo, é favoritíssimo no encerramento do atletismo no Engenhão. E o revezamento 4 x 100 m e o salto com vara (com Fábio Gomes) estão bem cotados.
Hoje, o futsal tem enorme favoritismo na final contra a Argentina -o mesmo ocorre com o vôlei diante dos EUA. Flávio Saretta joga pelo ouro no tênis. E as mulheres têm chance de contribuir nas competições individuais da ginástica rítmica -seis ouros em jogo. Cuba viverá novamente do boxe, da luta, da canoagem e do atletismo.
Amanhã, quando apenas três ouros serão disputados, Cuba aparece só como figurante, e o Brasil tem chances reais. Na maratona, com Vanderlei Cordeiro de Lima e Franck Caldeira. No hipismo, com Rodrigo Pessoa. O basquete, caso passe hoje pela semifinal, também pode fechar o Pan no topo.


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