São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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ORLANDO SILVA JÚNIOR
ESPECIAL PARA FOLHA

O legado do Pan ao país


O Brasil tomou a decisão certa ao sediar os Jogos, vencendo um desafio tecnológico que lhe fora imposto


A ORGANIZAÇÃO de um megaevento como o Pan exige uma combinação de técnica e arte. É preciso criatividade para dar espetáculo em momentos grandiosos como as cerimônias de abertura e de encerramento.
A criatividade deve se apoiar numa base tecnológica forte, para que as competições transcorram sem imprevistos e sejam levadas em cada detalhe pelos meios de comunicação a uma audiência mundial.
E tudo deve acontecer num ambiente seguro para atletas, delegações, dirigentes e árbitros, além de organizadores e fãs.
O governo federal teve um papel fundamental para garantir aos Jogos as condições de infra-estrutura adequadas ao porte do evento. O Ministério do Esporte repassou ao comitê organizador, em quatro anos, R$ 296,7 milhões para aplicação em infra-estrutura de telecomunicações, tecnologia de informação e de áudio e vídeo.
Os mais acurados métodos de aferição garantem a exatidão dos resultados. O momento da chegada dos atletas é fotografado por câmeras automáticas ou registrado por sensores.
A implantação da infra-estrutura tecnológica do Pan mobilizou cerca de 3.000 pessoas, incluindo 900 voluntários. A sofisticação da tecnologia utilizada exigiu a qualificação de boa parte da mão-de-obra envolvida. Esse é mais um legado do Pan para os cidadãos fluminenses.
A tecnologia de segurança pública do Rio dará um salto qualitativo graças ao maior investimento nesse setor já feito num único Estado brasileiro -R$ 562 milhões. O esquema de segurança compreende 1.500 veículos, 24 aeronaves, 18 mil rádios digitais e 15 mil agentes, além de sistemas de monitoramento integrado, centros de comando e controle, rede de inteligência, entre outros itens. Parte dos equipamentos -incluindo computadores, aeronaves, viaturas, câmeras e aparelhos de comunicação digital- ficará no Rio depois do Pan.
Toda essa tecnologia instalada é um legado para o país, que poderá utilizá-la na capacitação de nossos atletas, elevando cada vez mais suas performances.
Hoje temos dois centros regionais de treinamento, em Brasília e Manaus, e o conhecimento tecnológico adquirido com o Pan permitirá a ampliação dessas praças e, além disso, credencia o Brasil como um novo destino internacional para eventos esportivos.
Ao vencer o desafio tecnológico posto pelo Pan, o Brasil mostrou que tomou a decisão correta ao sediar os Jogos Pan-Americanos.

ORLANDO SILVA JÚNIOR , 36, é ministro do Esporte


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