São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2008

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JUCA KFOURI

Só a chuva salva o Verde


A tempestade que assolou Porto Alegre e Marcos foram a melhor defesa do Palmeiras ontem, no estádio Olímpico

O JOGO que deveria ser "para europeu nenhum botar defeito", como aqui descrito ontem, não foi nada disso. Porque, se o colunista imaginou um estádio Olímpico lotado em bela tarde de sol na capital gaúcha, com dois times em busca da vitória, o que se viu foi uma tarde feia, com chuva forte durante quase os 90 minutos de jogo e apenas um time, o Grêmio, em busca de gols. Só mesmo o Palmeiras para não botar defeito no 1 a 1. Porque o campo encharcado acabou por ser sua melhor defesa, ainda mais que Valdivia, suspenso, estava fora mesmo, o que acabou sendo melhor porque ele pouco renderia em terreno tão pesado. A tempestade, no entanto, não escondeu o principal problema alviverde: uma defesa que não inspira a menor confiança e que, se não tivesse um goleiro como Marcos, seria uma peneira como a, por exemplo, do Vasco, impiedosamente goleado pelo Santos graças a Maikon Luís, três vezes derrubado na área cruzmaltina, e a Kléber Pereira, três pênaltis convertidos com classe. O número de vezes em que Jeci, Gladstone e Maurício foram superados na bola alta gremista foi assustador e, com um pouquinho mais de sorte, o Grêmio teria vencido até por um placar folgado, porque chegou a botar duas bolas nas traves palmeirenses ainda no primeiro tempo. Não será surpresa se o campeão paulista deixar de lutar pelo pentacampeonato brasileiro em razão das deficiências de sua retaguarda, agravadas pela perda de Henrique. Aliás, é curioso. Em todas as suas entrevistas, o empresário da parceira do Palmeiras, a Traffic, J. Hawilla, diz que se o objetivo natural é lucrar com a sociedade, antes de mais nada o alvo é vencer, ser campeão, com o que se garante rentabilidade. Parece óbvio. E é. Ocorre que a prática não casa com a teoria, pelo menos neste caso. Porque o Palmeiras ainda não ganhou nada digno de nota, a menos que se considere o título estadual uma jóia da coroa o que, cá entre nós, seguramente não é. E Henrique foi negociado em menos de meia temporada. Seja como for, o empate em Porto Alegre ficou muito melhor para o visitante do que para o anfitrião. Mesmo que tenha perdido a quinta posição para o São Paulo, que já está a três pontos do líder depois de fazer o vira para cima da Lusa, em jogo que mais uma vez esteve longe de ser o que quer o torcedor, mas no qual o 3 a 1 foi pouco para a superioridade tricolor de Hugo.

Cuidado, Phelps
Se em janeiro deste ano você pedisse três indicações de ouro certo em Pequim, eu não teria dúvida em apontar as de Roger Federer, da seleção brasileira de vôlei masculino e a de Michael Phelps. Desnecessário dizer que depois dos últimos acontecimentos já não dá para ter tanta certeza, o que, no caso do vôlei, pode até ser positivo para mobilizar o time, principalmente porque a ausência de Ricardinho volta a ser tema obrigatório. E, se na vida do suíço Federer temos agora um Rafael Nadal mais que agressivo do que nunca, talvez seja o caso de Phelps abrir os olhos e tratar de, sei lá, não escorregar na borda da piscina.

blogdojuca@uol.com.br

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