São Paulo, quarta-feira, 28 de julho de 2010

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Maradona sai da seleção argentina

Após desavença sobre demissão de auxiliares, AFA decide não renovar contrato do técnico depois da Copa

GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

Por 19 meses, Diego Maradona manteve uma relação de brigas e afagos com dirigentes, jogadores e jornalistas enquanto foi técnico da Argentina. Ontem, esse ambiente conturbado resultou em rompimento e na sua saída do comando da seleção.
A AFA (Associação de Futebol Argentina) decidiu-se por não renovar seu contrato porque não houve um acordo sobre a comissão técnica.
Foi o fim de um imbróglio que durou 23 dias de indecisão, desde a eliminação da Copa-2010 para a Alemanha, nas quartas de final.
O presidente da AFA, Julio Grondona, e seus pares anunciaram ontem, por meio de comunicado, que não renovariam o contrato do técnico porque havia um "abismo irreparável" entre o que eles planejam para a seleção e o que exigia o ex-técnico.
O cartola queria demitir sete membros da comissão técnica seleção. Maradona não aceitava a saída de ninguém.
Ao anunciar a saída, o porta-voz da AFA, Ernesto Cherquis Bialo, disse que se tratava de notícia "triste". Mas deixou margem para a volta no futuro. Segundo Bialo, é o final de uma etapa. "Ele será sempre bem-vindo", disse.
A saída de Maradona se concretizou anteontem após ele se reunir Grondona.
O dirigente defendeu a demissão do médico e do massagista da seleção, por serem muito amigos dos jogadores, e do preparador físico.
Ainda era exigida a saída de Alejandro Mancuso, braço direito de Maradona na equipe. Ele discutira com dirigentes da AFA antes da Copa.
Grondona também estava descontente com a "excentricidade" e "falta da autocrítica" do treinador. Dirigentes se irritaram quando Maradona afirmou que nunca voltou a ver o jogo contra a Alemanha que eliminou a seleção.
Segundo o porta-voz da AFA, ainda não há um nome para substituir Maradona. No amistoso contra a Irlanda, no próximo dia 11, a seleção deve ser comandada interinamente pelo técnico de juvenis, Sergio Batista.
Segundo a imprensa local, o nome mais cotado é Alejandro Sabella, atual técnico do Estudiantes, campeão da Libertadores em 2009 e supostamente preferido de Grondona, que escolhe o técnico.
Porém os torcedores pedem Carlos Bianchi, ex-treinador do Boca Juniors, em enquetes de sites esportivos.


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