São Paulo, Quarta-feira, 28 de Julho de 1999
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FUTEBOL
Apesar da pouca tradição no esporte, os EUA já derrotaram neste ano as seleções alemã e argentina
Brasil pega "asa negra" de potências

FÁBIO VICTOR
enviado especial a Guadalajara

Os EUA, que enfrentam hoje o Brasil às 22h30 (horário de Brasília), em Guadalajara, pela Copa das Confederações, entram em campo amparados pela condição de "pedra no sapato" das grandes potências do futebol mundial.
Apesar da pouca tradição no esporte (jamais ultrapassaram a segunda fase de uma Copa do Mundo), os norte-americanos venceram os últimos confrontos contra as seleções principais de Brasil, Argentina e Alemanha -tidas como as mais fortes do mundo, ao lado da italiana.
A derrota por 1 a 0 para os praticantes do "soccer", no ano passado, custou à seleção, à época dirigida por Zagallo, a eliminação da Copa Ouro, disputada nos EUA.
Este ano, a primeira vítima da surpresa foi a Alemanha. Em fevereiro, jogando na casa do adversário, sofreu uma vexaminosa derrota por 3 a 0.
No mês passado, novamente num amistoso em casa, os EUA bateram a Argentina por 1 a 0.
O técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, disse que seu time já está alertado sobre a "ameaça" norte-americana.
"Não fico pensando que vamos jogar contra uma seleção que não tem nada, como muitos acreditam, mas contra um time que já mostrou que é capaz de derrubar adversários teoricamente mais fortes", afirmou o técnico.
Luxemburgo manterá o time que iniciou o último jogo, contra a Alemanha, apesar de as mudanças do segundo tempo (entrada de Alex e Warley) terem definido a goleada por 4 a 0.
De acordo com o treinador, a estratégia brasileira será anular a forte marcação dos EUA -que atuam com três zagueiros e cinco jogadores no meio-campo- e não entrar na correria do rival.
"Temos que iniciar a marcação antes que eles, impedindo a sua saída de bola."
Para isso, colocará Vampeta e Zé Roberto marcando os alas adversários, "deixando o meio para o Flávio (Conceição) e o Émerson trabalharem, até com liberdade para chegarem finalizando".
O histórico do confronto mostra que a disparidade técnica entre Brasil e EUA jamais foi traduzida em goleadas. Nos seis jogos entre as seleções principais dos dois países ocorridos de 92 até hoje (cinco vitórias brasileiras contra uma dos EUA), o Brasil marcou oito gols -1,3 por partida.
Até 92, o único confronto havia sido em 1930, 4 a 3 para o Brasil.
O atacante Ronaldinho deu a receita para acabar com a escassez de gols: "Tem que se movimentar bastante e tentar entrar na diagonal. Além disso, precisamos jogar sem a bola, abrindo espaço para os companheiros, pois a marcação deles é muito justa e sempre tem um homem na sobra".


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