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JUCA KFOURI
Na rede de ouro
O VÔLEI é o único esporte praticado no Brasil que não vive
na base da geração espontânea. O único. Prova disso são as sucessivas vitórias nas últimas duas décadas em todas as categorias, no masculino e no
feminino, na quadra e na praia.
Justiça seja feita, em trabalho iniciado por Carlos Arthur Nuzman, o
atual, e decepcionante, presidente
do Comitê Olímpico Brasileiro.
Jogadores e jogadoras de vôlei
aparecem do dia para noite porque
há trabalho permanente e competente como em nenhuma outra modalidade esportiva no país.
Ontem, por exemplo, foi mais um
dia do vôlei.
As meninas derrotaram a poderosa campeã olímpica China por 3 sets
a 0, em Macau, e garantiram vaga na
fase final do Grand Prix.
Os rapazes viraram um jogo perdido para a França, na Rússia, com incrível força mental e capacidade técnica. E ganharam o hexacampeonato da Liga Mundial.
Se não bastasse, as duplas masculina e feminina ganharam o Mundial
sub-21 nas areias polonesas.
A CBV é o inverso da CBF, da CBB
e de qualquer outra CB que exista, o
COB, inclusive.
Para ser verdadeiramente exemplar só falta ser mais transparente,
tantas vezes tem sido objeto da desconfiança do Tribunal de Contas da
União no trato com o dinheiro público que a abastece.
Ary Graça, seu presidente, poderia
se distinguir de seus pares e revelar
como e de que vivem os membros da
cúpula da confederação de vôlei,
porque não há pecado em ganhar dinheiro, ao contrário, desde que de
maneira merecida e correta.
Mas talvez seja pedir demais e
custasse a ele um alto preço junto
aos seus pares de outros esportes.
O fato é que dá gosto torcer pelo
vôlei brasileiro e acreditar sempre
que dá para vencer, mesmo quando
tudo parece conspirar a favor da
equipe adversária.
Homens e mulheres superam
grandes adversários e erros de arbitragem, com as mãos e com a cabeça,
também o membro mais importante no esporte e o mais em falta no
Brasil.
Cabeça que não criou um Guga, no
tênis, nem soube aproveitar seu reinado para fazer do país uma potência como, veja lá, a Argentina.
Como não criou nem Pelé, nem
Mané, nem os Ronaldos nem ninguém. Todos, como Guga, Adhemar
Ferreira da Silva, Maria Esther Bueno, João do Pulo, Gustavo Borges,
Aurélio Miguel, Hortência e Paula,
Oscar e Marcel, Wlamir e Amaury
Pasos (com um "s" só, pelo amor de
Deus) - a lista é quase interminável
- frutos de si mesmos, talentos extraordinários que simplesmente
surgem, do nada.
E pensar que o governo Lula, a
exemplo de todos os que o antecederam, desperdiçou mais quatro anos
sem que se implantasse uma Política Esportiva no país, capaz de da
massificação extrair e conduzir os
talentos que se perdem por aí aos
nossos centros de excelência.
Qual o sertanejo de Euclides da
Cunha, o atleta brasileiro é antes de
tudo um forte.
E NA F-1...
Bem, não tenho o automobilismo, assim como o boxe, exatamente na conta de esporte. Se tivesse,
acrescentaria o lendário Éder Jofre
na lista acima, assim como Emerson Fittipaldi, José Carlos Pace,
Nelson Piquet, Ayrton Senna, Rubens Barrichello (vá lá...) e... Felipe
Massa.
Porque foi bonito vê-lo subir ao
pódio e, em vez da miserável "sambadinha", chegar às lágrimas de
emoção pela vitória inesperada no
GP da Turquia.
Num domingo que, enfim e como
se vê, não deixou espaço para o futebol. Que o São Paulo lidera, apesar de Carlos Eugênio Simon.
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