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Brasil "encolhe" e contraria tendência mundial
DA REPORTAGEM LOCAL
Contrariando a tendência do
vôlei masculino mundial, de equipes cada vez mais altas e que privilegiam a força, o Brasil chega ao
Mundial da Argentina com um time que possui média de altura inferior ao do que participou da última edição do campeonato.
Em Tóquio-1998, a seleção tinha
média de altura de 1,97 m, a mais
alta desde que o país entrou para a
elite do vôlei com a geração de
prata no Mundial-1982, que possuía média de 1,92 m.
Neste ano, os jogadores têm 1,94
m -mesma medida da equipe do
Mundial de 1994 e um centímetro
a menos do que a de 1990.
A baixa estatura é apontada pelo técnico Bernardinho como
umas das deficiências da seleção
em relação às demais potências,
como Rússia, Itália e Iugoslávia.
Tanto que a principal aposta do
treinador no Mundial é o meio
Rodrigão, de 23 anos e 2,05 m, o
mais alto brasileiro na Argentina.
Como vários titulares sofreram
contusões na última semana, Bernardinho pretendia estrear com o
jogador. No entanto, Rodrigão esqueceu o passaporte ontem e não
pôde viajar para Córdoba. Sua
chegada está prevista para hoje.
Com isso, amanhã a seleção deve
ter Gustavo e Henrique no meio.
Para Bernardinho, por contar
com ponteiros baixos porém habilidosos (Giba, por exemplo, tem
1,92 m), sua seleção é extremamente dependente do passe.
Se não recebe o passe nas mãos,
o levantador Maurício tem dificuldade para armar as jogadas, facilitando o bloqueio do rival.
"Nosso saque também tem que
funcionar muito bem. Só se quebrarmos o passe dos adversários
teremos chances de bloqueá-los",
completou Bernardinho.
Nas três semanas de treinamentos realizados no Rio após o vice-campeonato da Liga Mundial, o
técnico deu especial atenção ao
bloqueio e à defesa da seleção.
"Nossas falhas estavam nas bolas fáceis, por causa de erros de
posicionamento. Com o bloqueio
melhor, a defesa também está melhor", declarou Rodrigão.
Ontem, após a chegada, a seleção treinou em Córdoba. Bernardinho só deve anunciar o time
momentos antes da estréia, contra a Venezuela.
Se não tem altura ideal, o time
que busca o inédito título na Argentina é o com maior média de
idade dos últimos 20 anos (26,5).
A equipe medalha de prata em
1982 tinha média de 22,9 anos.
Quatro anos depois, com a mesma base e apenas três novidades
no time, subiu para 26 anos.
Em 1990, com a ascensão de jogadores novatos que formariam a
seleção campeã olímpica em Barcelona-1992, a equipe rejuvenesceu -22,7 anos. Em 1994, com a
mesma base, chegou a 25 anos.
Nos últimos anos, o Brasil passou por uma renovação gradual.
Com a chegada de Gustavo, Giba e Nalbert, o time manteve média parecida em 1998 -24,5 anos.
O time atual sofreu o mesmo processo, com a mescla de novatos
como Dante, 22, e André Nascimento, 23, com experientes como
Maurício, 34, e Giovane, 32.
(ML)
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