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São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2003

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F-1

Raikkonen, 3º no Mundial, larga na pole, à frente de Montoya, vice-líder, que sai em 4º, e do líder Schumacher, em 7º

Grid embaralha decisão do campeonato

DO ENVIADO A INDIANÁPOLIS

O GP dos EUA tem tudo para promover uma reviravolta na F-1.
Ontem, na definição do grid, foi assim. E, se a corrida terminar da maneira como começar, o Mundial chegará à sua última etapa, no Japão, com uma cara diferente.
Com um sorriso jovem, meio inibido, de um piloto que sempre fracassou em Indianápolis e que chegou a este final de semana como azarão, correndo por fora.
Terceiro colocado no Mundial, o último entre aqueles que têm chances de título, o finlandês Kimi Raikkonen, da McLaren, conquistou a pole position. Só isso já seria ótimo para ele. Mas foi ainda melhor. Foi excelente. Porque o colombiano Juan Pablo Montoya, o vice-líder, largará em quarto. E, principalmente, porque o alemão Michael Schumacher, o líder, sairá bem atrás, na sétima posição.
O brasileiro Rubens Barrichello, companheiro do pentacampeão na Ferrari, é o segundo no grid.
A largada para a penúltima etapa da F-1, será às 15h, com TV.
Se o trio mantiver as mesmas posições até o fim da corrida, Suzuka verá uma decisão de título eletrizante. Raikkonen chegaria ao Japão como novo líder do Mundial, com 85 pontos. Montoya e Schumacher empatariam na vice-liderança, com um a menos.
Nono colocado no treino pré-classificatório, anteontem, o finlandês encaixou uma volta perfeita na sessão que definiu o grid. Cravou 1min11s670, superando em 0s250 Olivier Panis, da Toyota, até então o pole provisório.
O seguinte a entrar na pista foi Schumacher, oitavo colocado na sexta-feira. Sob vaias dos torcedores colombianos, que tomaram as monumentais arquibancadas de Indianápolis, o alemão fez uma volta pífia: 1min12s194.
Restava, ainda, Montoya, que entraria no último bloco. As arquibancadas vibraram quando ele abriu a volta. Mas, 1min11s948 depois, decepcionadas, constataram que ele não estava à frente.
Foi a segunda pole da carreira de Raikkonen. Foi, ainda, a concretização de uma promessa.
Antes mesmo de viajar para Indianápolis, ele já havia declarado que se esforçaria ao máximo para conseguir um bom resultado.
"Eu não tenho muita alternativa. Sou o terceiro colocado e preciso arriscar um pouco mais do que os meus dois adversários." Risco, talvez, de largar leve, com pouco combustível, e ser obrigado a um pit antes que os outros.
Ontem, porém, comemorou não só a concretização de seu objetivo como também os maus resultados dos rivais. "Obviamente estou muito feliz por mim e por toda a equipe. O fato de os dois terem ficado lá atrás vai tornar ainda mais interessante a batalha pelo título", disse. "Espero que, na prova, aconteça a mesma coisa."
Seu retrospecto em Indianápolis, porém, é péssimo. Em duas participações, nunca chegou ao final. Em 2001, seu ano de estréia na categoria, pela Sauber, abandonou na segunda volta, com um problema mecânico. Em 2002, deixou a corrida após 50 voltas, com o motor estourado.
A definição do grid praticamente confirmou que a decisão do título será mesmo no Japão.
Único piloto em condições de fechar o Mundial hoje, Schumacher precisa chegar no mínimo em segundo lugar. Nessa situação, torceria para Montoya não ir além de um oitavo lugar e para Raikkonen chegar, no máximo, em quarto. Se vencer a corrida, o alemão será campeão com Montoya chegando no máximo em sexto, e Raikkonen, em terceiro.
Mas essas contas já parecem coisa do passado. Com o grid tão embaralhado, após a prova de hoje muito provavelmente Schumacher terá que aprender uma outra matemática. Muito mais complicada para quem busca o hexacampeonato. (FÁBIO SEIXAS)


NA TV - GP dos EUA, Globo, ao vivo, às 15h


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