São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2006

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Corinthians e gols seguem em litígio

Rubens Cavallari/Folha Imagem
Torcedores do Corinthians, que ontem, como protesto contra o time, ovacionaram Marinho


Em casa, time não consegue vazar o Lanús, complica-se na Sul-Americana e vê zagueiro Marinho virar xodó da torcida

DA REPORTAGEM LOCAL

O defensivo Corinthians de Emerson Leão empacou diante do Lanús, no Morumbi, e ampliou o tabu sem vitórias diante de clubes argentinos para oito jogos. Com o fraco futebol e o modorrento 0 a 0, a torcida corintiana encontrou uma forma divertida para criticar o time.
Passou a gritar o nome de Marinho a cada lance do zagueiro, que fez boa partida.
"O time deles jogou atrás. Assim fica difícil. Eles gritaram meu nome, mas todos correram e buscaram o melhor", disse o "herói" corintiano.
O sistema defensivo tem sido a prioridade na gestão do técnico Emerson Leão, que parece não ligar para a falta de poder de fogo de sua equipe.
Agora, o Corinthians decide a vaga nas quartas-de-final da Sul-Americana, no dia 11, em Lanús. Precisa vencer ou empatar com gols para avançar.
Ao menos ontem, a covarde agressão sofrida pelo técnico Leão e pelos jogadores do Atlético-MG na decisão da extinta Conmebol em Lanús, nove anos atrás, foi esquecida.
Os argentinos tiveram recepção educada em São Paulo. O vice-presidente de marketing corintiano, Jorge Kalil, foi o anfitrião de uma visita dos dirigentes do Lanús ao Parque São Jorge ontem pela manhã.
Pouco antes do início da partida, a delegação do clube paulista emprestou um jogo de meias pretas para o clube argentino, que só trouxe as brancas, mesma cor dos brasileiros.
Em campo, tampouco houve violência. Só a bola foi castigada. O Lanús limitou-se a se defender e a esperar por contra-ataques. O Corinthians, já virou rotina, jogava sem inspiração. O time de Leão, que tem média pífia de um gol por jogo, deixou claro ontem que o ataque não é seu forte. A primeira defesa do goleiro Bossio no primeiro tempo foi um cabeceio despretensioso de Marinho aos 37min do primeiro tempo.
A mediocridade do jogo foi tão grande que as únicas manifestações da pequena torcida na etapa inicial foram para o zagueiro Marinho, que teve seu nome gritado duas vezes após driblar adversários no campo defensivo do Corinthians.
A apatia fez Leão mudar. O treinador, que tem priorizado as substituições defensivas, não ousou muito. Tirou César e colocou Gustavo Nery e ainda pôs Rosinei, um pouco mais ofensivo que Paulo Almeida.
E o jogo melhorou. Se não fosse uma chance incrível de gol perdida por Rosinei quase embaixo das traves, o time teria largado na frente logo no começo do tempo final. O fato é que, com uma dose pequena de esforço, os corintianos passaram a produzir algo útil e fazer com que os zagueiros argentinos trabalhassem um pouco mais.
Leão, porém, mesmo com o 0 a 0, tirou o atacante Rafael Moura e colocou o meia Ramon. A euforia inicial deu novamente lugar à monotonia.
Ramon, jogando mais à frente, mais atrapalhou do que ajudou seus companheiros. Diante da ruindade dos companheiros, Marinho se consagrou. A cada bola rebatida, o nome do zagueiro era gritado pelos agoniados corintianos nas frias arquibancadas do Morumbi.
O Corinthians volta a jogar na próxima quinta-feira, contra o Santos, pelo Brasileiro.0 (EAR)


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