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Final confrontará Marta, a melhor, e Prinz, a maior
Brasileira tem recorde de média de gols em Mundiais, e alemã lidera no total
Com corpo "frágil", craque
sul-americana conta com
repertório maior; "pesada",
européia, três vezes a melhor
do mundo, é rainha da área
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma é a rainha dos gols em
termos absolutos. A outra goleia na eficiência. E elas vão se
confrontar no domingo, na decisão do Mundial da China.
A alemã Birgit Prinz, 29,
transformou-se nos gramados
do país asiático na maior artilheira da história do torneio.
Com os quatro tentos que marcou em solo chinês, ela tem 13
em quatro edições disputadas.
Só que quando o que vale é
média de gols por jogo, a alemã,
eleita a melhor do mundo pela
Fifa entre 2003 e 2005, fica
bem longe da brasileira Marta,
21, que ganhou o prêmio na
temporada passada.
São apenas sete atletas que
atingiram ou ultrapassaram a
barreira dos dez gols em Mundiais. A alagoana é a única entre
elas que tem média superior a
um tento por partida. Ele soma
apenas nove jogos pela competição, com dez gols marcados.
A média de 1,11 é 79% maior
que a registrada até agora por
Prinz (0,62). Outros mitos do
futebol feminino perdem ainda
mais feio para a produção ofensiva da brasileira. A chinesa
Sun Wen, considerada por especialistas ouvidos pela Fifa como a segunda melhor jogadora
do século passado, tem uma
média (0,55) que é menos da
metade da obtida por Marta. A
americana Michelle Akers, a
melhor do século 20, tem 0,92.
E não é só a nas médias de
gols nos Mundiais que Prinz e
Marta são bem diferentes. A
primeira é uma típica centroavante, letal dentro da área mas
pouco veloz fora dela. O seu
biótipo ajuda a explicar esse estilo. Ela tem 1,79 m, ou mais de
dez centímetros mais do que a
média do grupo da seleção brasileira. Seu peso (74 kg) também é elevado para os padrões
do futebol feminino.
Com repertório maior de jogadas (já fez, por exemplo, duas
assistências que resultaram em
gols no Mundial, contra nenhuma de Prinz), Marta não tem
problemas para superar a marcação, apesar da pouca altura
(1,62 m) e massa (56 kg).
As duas ficaram eufóricas depois dos triunfos de suas equipes nas semifinais, segundo relatos do site da Fifa.
"O segredo do nosso sucesso
é acreditar em nós mesmas. Isso é inacreditavelmente importante", declarou a alemã.
"Foi uma performance perfeita [do Brasil contra os EUA].
Nós estamos criando história
por fazer a final. Ser a melhor
jogadora está sempre em meus
objetivos, por isso eu trabalho
tão duro no campo. Mas, sem
minhas companheiras, eu não
sou nada", disse a brasileira,
que joga no futebol da Suécia,
onde já virou até tema de documentário, que recebeu o título
de "Marta, a prima de Pelé".
A primeira decisão de uma
competição mundial no futebol
feminino envolvendo Brasil e
Alemanha acontece apenas
cinco anos depois que os dois
países decidiram uma Copa
masculina, pela primeira e única vez até agora. Na ocasião, um
país asiático, como ocorre agora, foi o palco do confronto.
No Japão, o Brasil, comandado por Luiz Felipe Scolari e
com dois gols de Ronaldo, venceu, conquistando o Mundial
pela quinta vez.
(PAULO COBOS)
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