São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2007

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Final confrontará Marta, a melhor, e Prinz, a maior

Brasileira tem recorde de média de gols em Mundiais, e alemã lidera no total

Com corpo "frágil", craque sul-americana conta com repertório maior; "pesada", européia, três vezes a melhor do mundo, é rainha da área

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma é a rainha dos gols em termos absolutos. A outra goleia na eficiência. E elas vão se confrontar no domingo, na decisão do Mundial da China.
A alemã Birgit Prinz, 29, transformou-se nos gramados do país asiático na maior artilheira da história do torneio. Com os quatro tentos que marcou em solo chinês, ela tem 13 em quatro edições disputadas.
Só que quando o que vale é média de gols por jogo, a alemã, eleita a melhor do mundo pela Fifa entre 2003 e 2005, fica bem longe da brasileira Marta, 21, que ganhou o prêmio na temporada passada.
São apenas sete atletas que atingiram ou ultrapassaram a barreira dos dez gols em Mundiais. A alagoana é a única entre elas que tem média superior a um tento por partida. Ele soma apenas nove jogos pela competição, com dez gols marcados.
A média de 1,11 é 79% maior que a registrada até agora por Prinz (0,62). Outros mitos do futebol feminino perdem ainda mais feio para a produção ofensiva da brasileira. A chinesa Sun Wen, considerada por especialistas ouvidos pela Fifa como a segunda melhor jogadora do século passado, tem uma média (0,55) que é menos da metade da obtida por Marta. A americana Michelle Akers, a melhor do século 20, tem 0,92.
E não é só a nas médias de gols nos Mundiais que Prinz e Marta são bem diferentes. A primeira é uma típica centroavante, letal dentro da área mas pouco veloz fora dela. O seu biótipo ajuda a explicar esse estilo. Ela tem 1,79 m, ou mais de dez centímetros mais do que a média do grupo da seleção brasileira. Seu peso (74 kg) também é elevado para os padrões do futebol feminino.
Com repertório maior de jogadas (já fez, por exemplo, duas assistências que resultaram em gols no Mundial, contra nenhuma de Prinz), Marta não tem problemas para superar a marcação, apesar da pouca altura (1,62 m) e massa (56 kg).
As duas ficaram eufóricas depois dos triunfos de suas equipes nas semifinais, segundo relatos do site da Fifa.
"O segredo do nosso sucesso é acreditar em nós mesmas. Isso é inacreditavelmente importante", declarou a alemã.
"Foi uma performance perfeita [do Brasil contra os EUA]. Nós estamos criando história por fazer a final. Ser a melhor jogadora está sempre em meus objetivos, por isso eu trabalho tão duro no campo. Mas, sem minhas companheiras, eu não sou nada", disse a brasileira, que joga no futebol da Suécia, onde já virou até tema de documentário, que recebeu o título de "Marta, a prima de Pelé".
A primeira decisão de uma competição mundial no futebol feminino envolvendo Brasil e Alemanha acontece apenas cinco anos depois que os dois países decidiram uma Copa masculina, pela primeira e única vez até agora. Na ocasião, um país asiático, como ocorre agora, foi o palco do confronto.
No Japão, o Brasil, comandado por Luiz Felipe Scolari e com dois gols de Ronaldo, venceu, conquistando o Mundial pela quinta vez. (PAULO COBOS)


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