São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2008

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No 800º GP, F-1, de novo, se reinventa

DA ENVIADA A CINGAPURA

A categoria que teve início com uma corrida realizada num sábado à tarde para não coincidir com a tradicional missa do vilarejo de Northamptonshire, nas cercanias de Silverstone (Inglaterra), completa hoje 800 GPs.
E, apesar de muita coisa ter mudado nesses 58 anos, a F-1 continua a mesma: reinventando-se para se manter atrativa.
Não por coincidência, o cenário para comemorar a marca histórica são as ruas de Cingapura, onde a categoria abre oficialmente as portas para um novo mercado, as corridas noturnas na Ásia, visando principalmente a TV.
"Não acredito que elas sejam necessariamente o futuro da F-1", afirmou Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais, quando questionado pela reportagem. "Mas acho que em alguns lugares elas são uma questão de necessidade."
A intenção de Ecclestone agora é conseguir convencer os promotores de GPs como China, Japão e Austrália a fazerem também suas corridas à noite.
"Espero que, depois de assistirem à prova em Cingapura, as pessoas vejam que esta não era uma idéia idiota", afirmou.
Mas não é só. Com o crescimento da internet, a F-1 teve também de se modernizar. Desde o começo do ano, a ITV, a detentora dos direitos na Inglaterra, disponibiliza todas as suas transmissões ao vivo, mas apenas para os internautas do Reino Unido.
Devido a isso, o site da ITV já se tornou o mais acessado entre os ingleses, com mais de 25 milhões de hits a cada semana.
A rede de TV aberta, que a partir do ano que vem cederá lugar à BBC, estima que cerca de 6 milhões de telespectadores assistam às corridas da F-1. É o dobro do que ocorria antes da chegada do inglês Lewis Hamilton à categoria, no ano passado.
Na Espanha, que também sofreu um boom com a Alonsomania, os índices, apesar de o bicampeão mundial não estar lutando por vitórias em 2008, seguem nos mesmos patamares dos de 2007, quando Fernando Alonso disputou o título até a última etapa, no GP Brasil.
A média de audiência no país a cada corrida é de cerca de 6 milhões de telespectadores.
Casa da Ferrari, a Itália também tem conseguido uma boa média.
No GP da Itália, há duas semanas, cerca de 9,5 milhões de telespectadores da RAI assistiram à vitória de Sebastian Vettel.
Apesar de os números terem caído após a aposentadoria de Michael Schumacher, quando até 10 milhões de alemães assistiam às transmissões da RTL, entre 5,5 milhões e 6,5 milhões, em média, ainda acompanham os GPs na Alemanha.
No Brasil, a medição do Ibope é diferente. Mas, apesar de Massa estar lutando pelo título, até a corrida em Monza, a Globo só registrava 16,5 pontos em média na Grande São Paulo, ou meio ponto a mais do que nas 14 primeiras corridas de 2007 -cada ponto equivale a cerca de 56 mil residências.
De todos estes países, o Brasil é o que menos tempo dedica à F-1 em sua programação. Os canais europeus geralmente abrem suas transmissões uma hora antes das corridas e as encerram, em média, meia hora após a cerimônia do pódio. (TC)


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