São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010

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LOS GRINGOS ENZO PALLADINI

Sempre o mesmo


Para ganhar na Itália, um time precisa de 20 campeões. Não bastam só 15 bons jogadores


O CAMPEONATO ITALIANO tem uma aparência diferente. Na prática, é igual ao campeonato do ano passado e também ao campeonato que se jogou há dois anos. É um torneio em que os times pequenos obtêm bons resultados nos primeiros jogos, mas depois vão perder sempre para Inter de Milão, Milan, Juventus e Roma. A verdade é que a Itália tem quatro equipes realmente importantes, e são sempre as mesmas quatro. A Lazio está agora em primeiro lugar na tabela, mas ela não estará tão bem por tanto tempo. É algo fisiológico. Para ganhar na Itália, um time precisa de um grupo real de 20 campeões. Não bastam só 15 bons jogadores.
A Inter é o time favorito para ganhar o Italiano novamente. Rafa Benítez é um técnico que não fala tão bem como José Mourinho e que não tem a mesma força midiática do português, mas tem um monte de ideias táticas e uma grande preparação. O problema é que faltam jogadores à Inter. Os titulares são campeões. Os reservas são só normais. O jogo contra a Roma explicou esse conceito à perfeição. Claudio Ranieri tinha de fazer uma substituição e podia escolher um atacante entre Adriano, Vucinic e Júlio Baptista. Benítez sentiu que Milito tinha um problema e foi obrigado a usar Muntari, que é meia. Moratti vendeu Balotelli, mas não quis comprar um outro atacante.
Talvez tenha errado.
A Roma contratou Adriano, mas, quando Ranieri percebeu que não poderia confiar plenamente nele, trouxe Borriello. O Milan contratou Robinho e Ibrahimovic quando já tinha Pato, Ronaldinho e Inzaghi. Massimiliano Allegri pode escolher entre várias soluções.
Benítez não pode escolher. Pode usar só Milito e Eto'o. Os outros não estão no mesmo nível. Coutinho é tecnicamente interessante, mas ainda muito jovem. Ter poucos atacantes é um problema, mas mesmo assim a Inter de Benítez é o melhor time.
As cinco primeiras rodadas dizem que os sul-americanos são sempre os melhores. Por exemplo, o brasileiro Éder, do Brescia. Pouca gente o conhecia, jogou no Empoli na Série B e, neste primeiro mês, provou ser um verdadeiro talento. O uruguaio Cavani, do Napoli, transformou o time de Lavezzi e Hamsik em uma possível revelação. Agora todo mundo está esperando os outros brasileiros: Robinho e Pato no Milan, Amauri na Juventus. Quando eles também estiverem cem por cento, o Italiano vai ser mais divertido. Sim, porque ele parece diferente, mas é sempre o mesmo. Mas não é chato.


ENZO PALLADINI é redator-chefe de Esporte da rede de TV italiana Mediaset


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