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Serginho, do São Caetano, morre após parada cardíaca em campo
Destaque de seu time, zagueiro de 30 anos cai no gramado no Morumbi durante duelo com o São Paulo e tem morte anunciada no hospital pouco mais de uma hora depois
EDUARDO ARRUDA
FÁBIO VICTOR
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O zagueiro Serginho, 30, do São
Caetano, morreu ontem à noite
após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante a partida entre São Paulo e São Caetano, pela
38ª rodada do Campeonato Brasileiro, no estádio do Morumbi.
O anúncio da morte foi feito pelo presidente do clube do ABC,
Nairo Ferreira de Souza, que estava aos prantos, às 23h04, no hospital São Luiz, para onde Serginho
havia sido transferido. Ele era casado e tinha um filho de 4 anos.
O jogador desabou sozinho
dentro da área, nos pés do são-paulino Grafite, que chegou a tropeçar nele, aos 13min50s do segundo tempo. Os torcedores ficaram em silêncio e, em campo, os
atletas, desesperados, rezavam e
pediam atendimento médico.
Ainda no gramado, ele foi atendido pelo médico do clube do
ABC, Paulo Forte, que fez respiração boca a boca e massagem cardíaca no zagueiro. A situação fez
com que Forte, com a maca móvel
em movimento em direção à ambulância, corresse junto com o jogador fazendo respiração boca-a-boca, e o massagista do São Caetano, Itamar, massageasse o peito
do atleta simultaneamente.
Alguns jogadores levavam as
mãos à cabeça; outros, ajoelhados, rezavam.
Durante cerca de cinco minutos, Serginho foi atendido em
campo e, depois, levado para uma
ambulância que estava trancada à
beira do gramado, próxima ao
portão de saída. Naquele momento, segundo o médico do São Paulo, José Sanchez, o atleta estava
sem nenhuma pulsação.
A gravidade da situação fez com
que Forte decidisse tentar reanimar o atleta na unidade hospitalar
do São Luiz no estádio.
Os torcedores são-paulinos começaram a gritar o nome do jogador. O placar eletrônico do estádio mostrava a mensagem: "Serginho, oramos por você".
Os jogadores das duas equipes
se abraçaram no centro do gramado e, em círculo, começaram a
rezar por Serginho. Pouco mais
de 20 minutos depois do incidente, o árbitro Cléber Wellington
Abade decidiu, após conversar
com as duas equipes, suspender a
partida por falta de condições psicológicas dos atletas.
"Eu não sei o que fazer, não sei a
reação neste momento. É a vida
do nosso companheiro", disse o
lateral-direito Anderson Lima enquanto aguardava notícias.
Às 21h55, Serginho deixou, em
uma ambulância com Unidade de
Terapia Intensiva, o estádio rumo
ao hospital. Enquanto a imagem
do atleta pôde ser vista, o corpo
dele estava pálido e mostrava algumas partes roxas.
O zagueiro deu entrada no São
Luiz às 22h05 e foi levado para a
Unidade de Terapia Intensiva,
onde os médicos tentaram reanimar o atleta por meio de choques
com um desfibrilador, procedimento realizado também no centro médico do estádio.
Um comunicado divulgado pelo São Luiz às 23h50 informou
que a morte ocorreu às 22h45. Segundo o hospital, Serginho chegou com vida ao hospital.
Ao deixar o local, o médico do
São Caetano, que acompanhou o
zagueiro, chorava muito, amparado pelo ex-médico do Corinthians Joaquim Grava. Nesse momento, torcedores são-paulinos,
em um ônibus, passavam na frente do hospital e saudavam o atleta.
O zagueiro é um dos símbolos
da ascensão do São Caetano. Com
ele, o clube foi vice-campeão brasileiro (2000 e 2001), vice-campeão da Libertadores (2002) e
campeão paulista neste ano.
Amigos, familiares e companheiros de Serginho chegavam
desolados ao São Luiz. O palmeirense Magrão chorava muito.
No último de seus 231 jogos, que
foi paralisado com o placar em 0 a
0, o zagueiro efetuou 16 desarmes,
melhor marca de seu time. Ele havia completado 30 anos na terça-feira da semana passada.
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