DA REPORTAGEM LOCAL

Após um primeiro ano de sucesso sob o comando do técnico Bernardinho -cinco títulos em seis torneios-, os jogadores da seleção acreditam que agora seu maior desafio será evitar que a vaidade provoque rachas no grupo, como aconteceu com o time que conquistou a medalha de ouro olímpica em 1992.
"Prefiro não fazer julgamento antecipado. Ninguém imaginava que fosse acontecer com o grupo de Barcelona e aconteceu", disse o levantador Maurício, que desembarcou ontem em São Paulo, após a prata na Copa dos Campeões, junto com a maioria da delegação.
Assim como o atual, o time de 1992 contava com jovens revelações e um técnico estreante. José Roberto Guimarães foi campeão no ano em que assumiu o cargo.
"Saber que isso pode acontecer já é um grande passo para evitar problemas futuros", afirmou Maurício, que, ao lado de Giovane, é remanescente de Barcelona.
Maior revelação do time de Bernardinho, o ponta André Nascimento disse não crer que a vaidade possa atrapalhar a seleção.
"A cada conquista a responsabilidade aumenta. O grupo tem a cabeça boa e mescla experiência e juventude, o que pode nos ajudar a evitar isso [vaidade"", afirmou.
O próximo compromisso da seleção será a defesa do título da Liga Mundial, em junho de 2002, que terá as finais no Brasil.
"Vai ser complicado. Jogar no Brasil é bom, mas a pressão, as críticas e os elogios são muito mais fortes", disse Maurício.
Mesmo satisfeitos com o saldo positivo do ano, ontem os atletas ainda tentavam explicar a derrota para Cuba, que tirou da equipe o título da Copa dos Campeões.
"Nós ficamos um tempo separados, não treinamos e embarcamos no dia seguinte à reapresentação. Se treinássemos mais, talvez fosse diferente. Mas a culpa não é de ninguém. Os jogadores estavam nos clubes, não deu tempo", declarou Maurício.


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