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FUTEBOL
Com o acesso do Criciúma, região terá um terço dos integrantes da 1ª divisão do Brasileiro na próxima temporada
Sul terá presença recorde na elite em 03
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O sotaque sulista estará presente como nunca no Brasileiro em
2003. Com o acesso do catarinense Criciúma, que garantiu a vaga
na primeira divisão ao lado do
cearense Fortaleza anteontem, a
região mais meridional do país terá 8 das 24 equipes da Série A na
próxima temporada.
Ou seja: 33% dos times da elite
serão da região com menos Estados no Brasil. Desde 1971, quando
a primeira edição do Nacional foi
realizada, nunca a participação
sulista foi tão grande.
Na verdade, o Sul, que ontem
classificou o Grêmio às semifinais, conheceu um crescimento
vertiginoso nos últimos dez anos.
Em 1992, a região estava no fundo do poço. O Grêmio havia sido
rebaixado um ano antes, o Coritiba não conseguia sair da segunda
divisão, e Santa Catarina estava
fora da elite. Dessa forma, apenas
dois times do Sul (Atlético-PR e
Internacional) -ou 10% do total
de participantes- estavam na Série A do maior torneio do país.
Com o surgimento de forças intermediárias, como Paraná, Figueirense e Juventude, a situação
mudou. Em 2001, 23% dos times
eram sulistas. Na atual temporada, a participação subiu para 27%.
Agora, além de contar com o
acesso do Criciúma, a região vai
crescer por não ter tido nenhum
time rebaixado.
O crescimento sulista se deu,
principalmente, pelo declínio da
parte com mais tradição na bola.
Na mesma temporada em que o
Sul agonizava, o Sudeste tinha a
maioria dos sócios da elite. Em
1992, 13 dos 20 clubes da primeira
divisão -65% do total- eram
paulistas, mineiros ou cariocas.
Em 2003, o cenário será diferente. Com o rebaixamento de Botafogo, Palmeiras e Lusa, além do
fracasso de seus clubes na segunda divisão, o Sudeste terá 11 equipes na Série A na próxima temporada -46% do total.
O Centro-Oeste, que viu o Gama cair neste ano, será outra parte
do país que irá ter uma fatia menor na elite na próxima edição.
O futebol do Sul tem outras características inéditas. A região é a
única em que todos os Estados jogam a Séria A. Isso ainda acontece
de forma bem distribuída -são
três gaúchos, três paranaenses e
dois catarinenses.
Se premia clubes bem organizados, a ascensão sulista enche o
Brasileiro de times com pouca
presença de público nos estádios.
Pelo balanço oficial divulgado
pela CBF ontem, o Paraná teve a
segunda pior bilheteria entre os
dez Estados que contam com representantes na primeira fase do
Campeonato Brasileiro-2002.
O Rio Grande do Sul, mesmo
com as boas campanhas de Grêmio e Juventude, teve a terceira
pior média, enquanto Santa Catarina foi a quinta unidade da federação com menos gente nos estádios no atual Nacional.
Apesar de as vagas do acesso já
estarem decididas, a Série B ainda
vai fazer uma final. A decisão será
realizada em dois jogos. O primeiro acontecerá no sábado, em Fortaleza. Por ter feito melhor campanha, o Criciúma será campeão
em caso de empate nos pontos e
no número de gols marcados.
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