MANUELA MARTINEZ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Quase um ano depois de tomar posse na Bahia, o governo petista de Jaques Wagner investiu somente 11,23% do valor previsto no orçamento na Sudesb (Superintendência de Desportos do Estado da Bahia), responsável pelo estádio da Fonte Nova.
Inicialmente, o orçamento deste ano para a Sudesb era de R$ 9.546.325,00. Com os ajustes, passou para R$ 8.965.672,00. Do total, apenas R$ 1.007.548,18 foram repassados ao órgão.
Além da Fonte Nova, a principal praça esportiva da Bahia, o órgão também administra outros complexos públicos. "Os números revelam que o governo tinha dinheiro em caixa para investir na Fonte Nova e não o fez, o que demonstra um descaso absoluto, uma insensibilidade muito grande", disse o líder da oposição na Assembléia Legislativa, Gildásio Penedo (DEM). Segundo o governo, todas as reivindicações da Sudesb foram contempladas com a liberação de recursos.
A proposta orçamentária para 2008, que está tramitando na Casa, prevê um repasse de R$ 500 mil para a recuperação do estádio, agora inúteis com o anúncio da demolição da Fonte Nova feito ontem por Wagner.
De acordo com o governo, em abril, depois de uma vistoria realizada na Fonte Nova, a Sudesb liberou o estádio para receber até 60.350 pessoas -nos primeiros três meses, por causa da interdição, a capacidade da Fonte Nova foi reduzida, inicialmente, para 25 mil e, depois, aumentada para 40 mil.
"As obras não foram realizadas. O que aconteceu foi uma maquiagem para disfarçar os problemas da Fonte Nova", declarou Penedo. Superintendente da Sudesb, o ex-jogador Bobô, que atuou no Bahia, disse que não recebeu oficialmente nenhum laudo condenando a Fonte Nova. "O que os responsáveis pelas vistorias sugeriram foram pequenos reparos, nada mais do que isso."
Dos 87 feridos na tragédia de domingo, 11 continuavam internados até o início da noite de ontem. Nenhum deles corria risco de morte, de acordo com os médicos.