São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

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JUCA KFOURI

Pela honra do futebol


Com o mesmo título, um ano atrás, trechos da coluna aqui publicada no fim do Brasileirão-09


APOIADA PELA maioria dos torcedores, segundo apontam as pesquisas científicas e as sondagens não científicas, eis que a fórmula dos pontos corridos está na berlinda por supostamente favorecer a malandragem nas derradeiras rodadas, quando rivais tradicionais não se interessam pelas vitórias para não ajudar o outro.
O comportamento, de fato, é lamentável sob todos os aspectos.
E difícil de ser evitado num país de pouca cultura futebolística, de nenhum respeito pela liturgia do jogo e no qual a única regra que parece existir é a de levar vantagem em tudo.
Isto é o Brasil. E por que seria diferente no futebol? Claro que o argumento dos que imaginam que só os pontos corridos favorecem malas brancas e corpos moles não se sustenta.
Porque a mala branca aparece também quando um clube precisa do resultado de um terceiro para ficar entre os classificados para os mata-matas. Porque é isso: falta respeito ao jogo de futebol no Brasil, algo que sobra no país de seus inventores, a Inglaterra, mas não só lá.
Inimaginável também na Espanha que um Barcelona amoleça para o Sevilla com a intenção de prejudicar o Real Madrid, coisa que faria a orgulhosa Catalunha corar.
Por aqui, enquanto não nos educamos, enquanto não possuirmos instrumentos realmente eficazes para combater a corrupção e a falta de compostura, quem sabe a marcação dos clássicos estaduais para as últimas rodadas do Brasileirão atenue a malandragem.

A RODADA
Expostos trechos do escrito no dia 3 de dezembro de 2009, tratemos rapidamente de chover no molhado em relação aos jogos deste domingo: que ganhem todos os times que se apresentarem melhor que seus adversários, mas que tais adversários entrem em campo com a mesma intenção, se não com a mesma motivação, de vitória.
Que o Fluminense saia legítimo campeão brasileiro de Barueri apenas porque foi, ao longo da temporada, o melhor dos 20 concorrentes. Que o Galo se livre do rebaixamento apesar da temeridade que cometeu até 13 rodadas atrás.
Mas que os alviverdes que os enfrentarão logo mais, e que se enfrentaram na última quarta-feira, honrem suas camisas como nem Corinthians nem São Paulo honraram as deles no ano e no domingo passados.

blogdojuca@uol.com.br


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