DA SUCURSAL DO RIO

O consultor financeiro Luiz Carlos Telles, assessor de Pelé, disse ontem que o advogado Sergio Chermont de Britto foi induzido a erro ao afirmar em carta de 1998 que o ex-jogador é dono da PS&M Inc. (Pelé Sports & Marketing Inc.).
Segundo Telles, o contato de Pelé com Chermont de Britto era intermediado por Hélio Viana, ex-sócio com quem o ex-atleta rompeu há um mês.
""Sergio acreditava que Pelé era o dono da PS&M Inc. porque Hélio Viana dizia isso", afirmou Telles. ""Temos cópia da carta de 1998. Foi o Hélio quem sempre falou com o advogado. Pelé não tem nada a ver com isso. Não é o dono da PS&M Inc., não tem procuração da empresa. Se ela fosse do Pelé, ele teria condições de verificar a sua movimentação financeira, o que não acontece."
Telles disse que a assinatura de Pelé como diretor-presidente e único responsável da PS&M Inc. num contrato de 1992 ocorreu porque o ex-atleta e hoje empresário não leu o documento, que lhe teria sido entregue por Hélio Viana.
Telles é diretor -nomeado por Pelé- da PS&M Ltda., uma das empresas de marketing esportivo do ex-ministro do Esporte do governo Fernando Henrique Cardoso.
Já Hélio Viana voltou a negar que tenha participação na PS&M Inc. Sobre as declarações do assessor de Pelé, disse: "As pessoas assinam contratos, recebem dinheiro e depois não assumem a responsabilidade".
""Sergio Chermont de Britto é advogado do Pelé desde 1974", afirmou Viana. ""Imagina se ele iria me ouvir. Jamais me ouviu. Eu cheguei depois."
Desde novembro a Folha tem tentado entrevistar o advogado Sergio Chermont de Britto. Ele chegou a marcar um encontro no dia 7 de dezembro, às 10h30, no seu escritório no centro do Rio. Depois, desmarcou a entrevista e disse que receberia os repórteres no dia 10 de dezembro, o que não ocorreu. Ele nunca mais atendeu aos telefonemas. Foram 16 recados desde então. Ontem, o jornal deixou novas mensagens, não respondidas. (MM E SR)


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