São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 2002

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Maioria dos clubes da Série A renova com treinadores, que terão bom tempo para preparar times

Elite prestigia técnicos para 2003

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um novo contrato com o mesmo empregador. Um longo período de preparação. Uma temporada com menos campeonatos.
Em 2003, a elite dos técnicos do país não terá as tradicionais desculpas da profissão dadas quando os resultados não aparecem.
Dos 24 times que formarão a primeira divisão do Nacional no próximo ano, 17, ou 71%, vão começar o ano com o mesmo comando do final de 2002.
Entre os sete restantes, a maioria trocou de treinador por motivos que fugiram de suas responsabilidades, como convites feitos por outras agremiações.
No ano passado, quando a dança dos técnicos já havia tido um refluxo, pouco mais da metade dos clubes da primeira divisão não fez a tradicional troca.
Mesmo quem obteve resultados medíocres recebeu um crédito de confiança, motivado também pela falta de dinheiro nos cofres.
No Rio, Evaristo de Macedo continua no Flamengo, apesar do pífio 18º lugar no Brasileiro. O mesmo fez o Vasco com Antônio Lopes, que conseguiu uma modesta 15ª posição para seu clube.
Paysandu e Paraná, que correram risco de rebaixamento até as últimas rodadas, também não viram motivos para mudar tudo.
Entre os melhores, a aposta também foi na estabilidade. Com exceção do Juventude, que perdeu Ricardo Gomes para a seleção olímpica, os outros sete clubes que foram às quartas-de-final não mudaram de treinador.
Na verdade, boa parte deles já garantia o emprego de seus comandantes antes mesmo do desfecho da participação de cada um.
O Corinthians, por exemplo, renovou o contrato de Carlos Alberto Parreira sem saber o resultado da final do Nacional, em que o clube acabou derrotado.

Pré-temporada
Além da continuidade, os treinadores não terão do que se queixar em relação ao tempo de preparação para os torneios de 2003.
Os clubes eliminados precocemente no Brasileiro terão dois meses de intervalo entre o fim da atual temporada e o início da próxima. Muitos, como no caso do São Caetano, deram férias logo para seus jogadores e já iniciaram a pré-temporada neste mês.
Dessa forma, a maioria esmagadora da elite planejou uma pré-temporada longe de suas sedes, em cidades de clima ameno, com hotéis e campos reservados apenas para jogadores e membros das comissões técnicas.
Santos e Corinthians, as últimas agremiações do país a encerrarem atividades, terão mais de três semanas de treinos antes de jogarem oficialmente. Se parece pouco, é um cenário muito melhor do que em outros tempos. Neste ano, o Atlético-PR estreou na Copa Sul-Minas com pouco mais de uma semana após o fim das férias, incompletas, de seus jogadores, então campeões nacionais.
O Campeonato Brasileiro encerrado recentemente mostrou que tempo de preparação pode ajudar muito. O campeão Santos teve praticamente quatro meses entre o fim de suas atividades do primeiro semestre e o começo do Nacional. O técnico Emerson Leão já apontou esse tempo livre como um dos motivos do sucesso da sua equipe. Foi durante a longa pré-temporada que ele resolveu apostar na dupla teen Robinho e Diego para o time titular.
Com o novo calendário, que prevê um Nacional com oito meses, os clubes não irão acumular muitas competições, o que sempre gerou queixas entre os treinadores. Se os planos da CBF forem cumpridos, um time jogará, no máximo, quatro campeonatos.


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