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FUTEBOL
Confederação divulga balanço de 2001, com superávit de R$ 1,4 milhão
Rescisão com a Coca-Cola reduz lucro da CBF em 55%
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
A rescisão do contrato com a
Coca-Cola, que patrocinava a seleção até maio do ano passado,
provocou uma redução no lucro
declarado pela Confederação Brasileira de Futebol no exercício de
2001 de pelo menos R$ 1,7 milhão.
A entidade que comanda o futebol nacional publicou ontem seu
balanço, seguindo instruções da
medida provisória 79, que obriga
não só a confederação mas também as federações estaduais e os
clubes a tornar públicas suas demonstrações financeiras.
De acordo com a CBF, ela teve
de fazer uma provisão de R$ 3,3
milhões para poder pagar à Coca
pela rescisão de contrato, já que a
empresa resolveu recorrer à Justiça para exigir indenização.
O patrocínio só vencia neste
ano, depois da Copa do Mundo,
mas acabou sendo rescindido em
2001, depois que a CBF acertou
contrato com a AmBev.
Com a provisão -recursos colocados à parte para pagamento à
Coca, caso a empresa ganhe a
ação na Justiça-, o resultado
operacional em 2001 foi de R$ 6,2
milhões. Descontados os R$ 3,3
milhões, caiu para R$ 2,9 milhões.
Depois do pagamento do Imposto de Renda e da Contribuição
Social, o resultado líquido do
exercício foi de R$ 1,4 milhão.
Se não tivesse de fazer a provisão, o lucro poderia ter chegado a
R$ 3,1 milhões.
A Coca-Cola anunciou, no ano
passado, que exigiria na Justiça
cerca de US$ 10 milhões de multa
da CBF pela rescisão.
A confederação, por sua vez,
justificava a quebra de contrato
alegando que a multinacional não
queria atrelar o acordo ao dólar,
que se valorizava em relação ao
real, e tampouco bancava a proposta da AmBev -cerca de US$
10 milhões por ano. A Coca pagava à CBF, de acordo com a entidade, cerca de R$ 9 milhões anuais.
Com o lucro de R$ 1,4 milhão
em 2001, a instituição presidida
por Ricardo Teixeira fechou os
dois anos em que foi investigada
pelas CPIs do futebol no Congresso com resultado positivo.
Em 2000, no entanto, o lucro havia caído mais do que a metade
-de R$ 1 milhão em 1999 para R$
456 mil.
O superávit de 2001 foi o maior
declarado pela CBF depois de
1997, quando havia sido de R$ 1,6
milhão. Em 1998, anunciou prejuízo de R$ 15,1 milhões.
Para a cúpula das CPIs na Câmara e no Senado, o balanço de
1998 teria sido maqueado para
justificar empréstimos bancários
que a entidade fez no exterior.
De acordo com o balanço da
CBF, os recursos advindos de patrocínio representaram 64% de
suas receitas em 2001. Com patrocínio, a confederação arrecadou
R$ 54 milhões. Com direito de
transmissão, R$ 14 milhões.
Os maiores gastos declarados
foram com pagamento de pessoal
e despesas administrativas. Ela teria gasto mais nestes dois quesitos
do que com a seleção brasileira.
Com a folha de pagamentos, a
entidade declarou gastos de R$ 23
milhões, mesmo valor das despesas administrativas. Com o futebol profissional, os gastos chegam
a R$ 16 milhões -em 2000, foram
de R$ 7 milhões.
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