São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 2002

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FUTEBOL

Confederação divulga balanço de 2001, com superávit de R$ 1,4 milhão

Rescisão com a Coca-Cola reduz lucro da CBF em 55%

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A rescisão do contrato com a Coca-Cola, que patrocinava a seleção até maio do ano passado, provocou uma redução no lucro declarado pela Confederação Brasileira de Futebol no exercício de 2001 de pelo menos R$ 1,7 milhão.
A entidade que comanda o futebol nacional publicou ontem seu balanço, seguindo instruções da medida provisória 79, que obriga não só a confederação mas também as federações estaduais e os clubes a tornar públicas suas demonstrações financeiras.
De acordo com a CBF, ela teve de fazer uma provisão de R$ 3,3 milhões para poder pagar à Coca pela rescisão de contrato, já que a empresa resolveu recorrer à Justiça para exigir indenização.
O patrocínio só vencia neste ano, depois da Copa do Mundo, mas acabou sendo rescindido em 2001, depois que a CBF acertou contrato com a AmBev.
Com a provisão -recursos colocados à parte para pagamento à Coca, caso a empresa ganhe a ação na Justiça-, o resultado operacional em 2001 foi de R$ 6,2 milhões. Descontados os R$ 3,3 milhões, caiu para R$ 2,9 milhões.
Depois do pagamento do Imposto de Renda e da Contribuição Social, o resultado líquido do exercício foi de R$ 1,4 milhão.
Se não tivesse de fazer a provisão, o lucro poderia ter chegado a R$ 3,1 milhões.
A Coca-Cola anunciou, no ano passado, que exigiria na Justiça cerca de US$ 10 milhões de multa da CBF pela rescisão.
A confederação, por sua vez, justificava a quebra de contrato alegando que a multinacional não queria atrelar o acordo ao dólar, que se valorizava em relação ao real, e tampouco bancava a proposta da AmBev -cerca de US$ 10 milhões por ano. A Coca pagava à CBF, de acordo com a entidade, cerca de R$ 9 milhões anuais.
Com o lucro de R$ 1,4 milhão em 2001, a instituição presidida por Ricardo Teixeira fechou os dois anos em que foi investigada pelas CPIs do futebol no Congresso com resultado positivo.
Em 2000, no entanto, o lucro havia caído mais do que a metade -de R$ 1 milhão em 1999 para R$ 456 mil.
O superávit de 2001 foi o maior declarado pela CBF depois de 1997, quando havia sido de R$ 1,6 milhão. Em 1998, anunciou prejuízo de R$ 15,1 milhões.
Para a cúpula das CPIs na Câmara e no Senado, o balanço de 1998 teria sido maqueado para justificar empréstimos bancários que a entidade fez no exterior.
De acordo com o balanço da CBF, os recursos advindos de patrocínio representaram 64% de suas receitas em 2001. Com patrocínio, a confederação arrecadou R$ 54 milhões. Com direito de transmissão, R$ 14 milhões.
Os maiores gastos declarados foram com pagamento de pessoal e despesas administrativas. Ela teria gasto mais nestes dois quesitos do que com a seleção brasileira.
Com a folha de pagamentos, a entidade declarou gastos de R$ 23 milhões, mesmo valor das despesas administrativas. Com o futebol profissional, os gastos chegam a R$ 16 milhões -em 2000, foram de R$ 7 milhões.


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