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São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2003

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TÊNIS

Sharapova, 16, que diz não ligar para beleza, assina com agência de modelo

Musa teen nega, mas segue no balanço de Kournikova

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Ambas são russas, loiras e bonitas. Por tudo isso, Maria Sharapova foi logo apontada como a sucessora de Anna Kournikova.
Mas, aos 16 anos e após sua primeira temporada completa na WTA, Sharapova já conseguiu superar, em quadra, a compatriota.
Ela foi campeã individual em dois torneios (Tóquio e Québec), feito que Kournikova, no circuito desde 1995, não alcançou.
Talvez por isso, Sharapova diz não gostar de comparações.
"Espero que agora não venham mais com estas perguntas sobre Anna Kournikova", afirmou, em outubro, após seu primeiro título.
Questionada pela Folha se não deveria aproveitar comercialmente o fato de ser considerada tão bonita, Sharapova afirmou que tinha outras prioridades.
"Sou uma tenista e fico contente se as pessoas me acham bonita, mas quero tirar vantagem do meu talento em quadra. O que eu realmente quero é ser reconhecida como uma grande tenista", disse a russa por meio de seu agente.
Semanas após a entrevista, a tenista assinou contrato com a IMG Models, mesma agência da badalada brasileira Gisele Bündchen.
Nascida em Nyagan (na região da Sibéria), Sharapova começou a aprender tênis aos quatro anos com o pai, Yuri. Aos nove, seguiu para a Flórida para treinar na famosa academia de Nick Bollettieri. A mudança fez com que ela ficasse separada da mãe, que ficou na Rússia, por dois anos.
O exílio voluntário começou a dar resultado no ano passado. Sharapova foi finalista do torneio juvenil do Aberto da Austrália e fez sua estréia profissional.
Após terminar 2002 na 186ª posição no ranking, teve grande ascensão nesta temporada. Além dos dois títulos, foi às oitavas em Wimbledon, seu terceiro Grand Slam, e terminou no 32º posto.
Além dos atributos físicos e dos resultados, Sharapova também atraiu os holofotes por outra característica: grunhir alto.
Em junho, no Torneio de Birmingham, a russa derrotou a francesa Nathalie Dechy, que reclamou dos ruídos da rival.
Mas Dechy não foi a única incomodada. Tenistas que jogavam nas quadras adjacentes também se queixaram da adolescente.
Sharapova procura não alongar muito quando é indagada sobre o assunto. "Eu me preocupo com meu jogo, não com meus grunhidos ou com minha aparência."
Fora de quadra, Sharapova ainda tem algumas preocupações de meninas de sua idade. Por causa de suas constantes viagens, a tenista estuda com ajuda da internet. "A escola me manda os livros, e faço os exames on line."
Filatelista, Sharapova contou que gosta de criar modelos de roupas e gastar tempo "com ela", com ioga e aromaterapia.
Sobre o Brasil, disse ter pouca informação. "Só conheço o Guga, mas adoraria jogar aí algum dia."


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