PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Rivaldo, 31, não é mais jogador do Cruzeiro. Com a demissão do técnico Wanderley Luxemburgo anteontem, o meia-atacante chegou na manhã de ontem ao centro de treinamento do clube decidido a rescindir o seu contrato.
A diretoria aceitou um dia antes do clássico contra o Atlético pelo Campeonato Mineiro. Rivaldo, maior contratação do futebol brasileiro na temporada, ficou apenas 50 dias no clube.
"Neste momento, quis ser fiel ao treinador", disse o jogador pentacampeão mundial com a seleção. "A coisa foi muito bem conversada. A diretoria se comportou muito bem comigo. Eu considero muito o Wanderley, e ele tem um carinho especial por mim."
Luxemburgo, o meia Alex e os irmãos Alvimar e Zezé Perrella, presidente e vice-presidente de futebol, respectivamente, não vinham se entendendo há mais de uma semana, e o desfecho dessa crise começou após a diretoria dizer que quem não estivesse satisfeito que deixasse o clube.
Luxemburgo, na manhã de anteontem, pôs o cargo à disposição. Pouco depois, mudou de idéia, mas, à tarde, a diretoria não aceitou o recuo e o demitiu.
"Eu fiquei surpreso. Conversei com o Luxemburgo e ele disse que não tinha volta. Não dormi direito à noite e decidi sair", disse Rivaldo, que foi para o Cruzeiro pelas mãos de Luxemburgo.
O meia-atacante disse que seu destino ainda é incerto, mas que está "tranqüilo". Sobre seu desempenho no Cruzeiro, ele marcou apenas um gol em dez jogos. Chegou a ser vaiado pela torcida, mas isso não o preocupava.
"Eu estava crescendo a cada dia. Não se pode mostrar [bom rendimento] em cinco, seis ou dez jogos. É só no final da competição que tem que analisar."
O assessor de imprensa do time mineiro, Valdir Barbosa, disse que, "se a coisa é boa para as duas partes, o Cruzeiro aceita".


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