São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2007

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melhor que o previsto

Phelps dá o maior salto em 48 anos

Americano quebra próprio recorde dos 200 m borboleta em 1s62 e conquista terceiro ouro no Mundial de Melbourne

Objetivo do nadador, que diz se sentir como um garoto de 12 anos por ter baixado sua marca em mais de um segundo, é vencer 8 provas

DA REPORTAGEM LOCAL

Antes do início do Mundial de Melbourne, o nadador norte-americano Michael Phelps afirmou que seu objetivo era dar show, mas nem ele esperava que fosse tão brilhante.
"Até eu mesmo estou surpreso. Não esperava nadar tão rápido", afirmou Phelps, após estraçalhar seu próprio recorde mundial dos 200 m borboleta.
Ao completar o percurso em 1min52s09, ele melhorou o recorde em 1s62, a maior margem na prova em 48 anos.
Uma progressão maior aconteceu somente com o americano Mike Troy. Em 11 de julho de 1959, ele nadou em 2min19s0 e melhorou o recorde de seu compatriota William Yorzyk em 2s30. No mesmo dia, Troy retornou à piscina e superou seu próprio recorde em 2s60.
"Me sinto como um garoto de 12 anos, capaz de baixar meu melhor tempo em mais de um segundo", afirmou Phelps, 21.
Com a vitória de ontem, Phelps segue firme em seu objetivo de deixar Melbourne com oito medalhas de ouro na bagagem. Ele já coleciona três.
Na Olimpíada de Atenas-2004, o americano de Baltimore já tinha esta ambição, mas teve que se contentar "apenas" com seis ouros e dois bronzes.
As provas que não venceu na Grécia já foram conquistadas por Phelps na Austrália.
Estreou na competição com o revezamento 4 x 100 m livre.
Anteontem, venceu os 200 m livre de forma acachapante -quando o holandês Pieter van den Hoogeband, um de seus algozes na Olimpíada, tocou a borda da piscina em segundo, ele já comemorava não só o ouro mas também o recorde mundial roubado do australiano Ian Thorpe, seu outro carrasco em 2004 e já aposentado.
A performance de Phelps tem sido tão avassaladora que seus principais adversários não brilham nem como coadjuvantes e se contentam com a condição de espectadores.
"Achava que o recorde dos 200 m livre pudesse durar por 10 ou 20 anos", disse Hoogenband. "Também estava próximo de Thorpe quando ele obteve o recorde, mas com alguém [Phelps] nadando naquela velocidade eu era mais um espectador do que um desafiante."
O chinês Wu Peng, vice-campeão ontem a mais de três segundos de Phelps, foi na mesma linha e afirmou que não conseguiu ver o americano e teve que contentar em duelar com o russo Nikolay Skvortsov.
Depois de mostrar excelente forma nos 200 m livre, o ouro de Phelps nos 200 m borboleta era considerado barbada. Ele domina a prova desde 2001 e agora possui as sete melhores marcas da história.
Minutos após seu terceiro ouro no Mundial, Phelps voltou à piscina para a semifinal dos 200 m medley, na qual conseguiu o melhor tempo. Hoje, ele busca seu quarto ouro no Mundial. Ao seu lado estará o brasileiro Thiago Pereira, que marcou o terceiro tempo.
A programação de Phelps em Melbourne ainda reserva os 100 m borboleta, os 400 m medley e os revezamentos 4 x 100 m medley e 4 x 200 m livre.


NA TV - Mundial de Melbourne
Finais, Sportv, das 6h às 8h; eliminatórias, Sportv2, às 21h



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