São Paulo, sábado, 29 de março de 2008

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Recorde cai duas vezes em 2 dias

Eamon Sullivan volta a brilhar nos 50 m livre, com 21s28, pouco mais de um dia após retomar marca

Geralmente contido, atleta australiano festeja muito e diz ter ficado chocado com o tempo; técnico avalia que pupilo fez prova perfeita

DA REPORTAGEM LOCAL

Eamon Sullivan é geralmente contido. Mas ontem, ao olhar o placar do Centro Aquático em Sydney, extravasou. O australiano pulou, sentou-se na raia e exibiu os músculos, com os punhos cerrados. Vibrou muito.
Até o novo fenômeno da natação mundial se espantou com seu feito. Sullivan imaginava que poderia quebrar novamente o recorde dos 50 m livre, mas não que atingiria 21s28.
Ontem, já havia estabelecido 21s41 e retomado a marca do francês Alain Bernard, que se tornara recordista com 21s50.
Quando escreveu seu nome pela primeira vez na história, em meados de fevereiro e iniciou a queda em cascata da marca, Sullivan fizera 21s56.
O antigo recordista dos 50 m livre era Alexander Popov. Em 2000, de sunga e sem touca, o russo marcou 21s64.
Os recordes do australiano foram obtidos com o novo traje LZR Racer, "responsável" por 16 dos 17 tempos superados neste ano. O maiô já provoca polêmica e será investigado pela federação internacional.
"Não sou um nadador emotivo. Normalmente, quando tenho metas e as alcanço, minha comemoração é mais introspectiva, dentro da minha cabeça. Mas foram quatro anos para chegar aqui, com muito treinamento, e tudo veio junto em uma só semana", afirmou ele.
"Normalmente, não flexiono os braços [na comemoração] porque realmente não tenho muitos músculos, mas tive de fazer isso hoje [ontem] porque estava muito feliz", completou o nadador, que espera poder comemorar o novo feito.
Em fevereiro, como estava no meio dos treinos, só pôde tomar uma cerveja, sozinho.
A comemoração de Sullivan também reflete sua autoconfiança. Se Bernard disse que se tornara o homem a ser batido após quebrar os recordes dos 50 m e 100 m livre, o australiano de 22 anos acaba de roubar seu posto na prova mais veloz.
Ontem, o nadador seguiu à risca todas as instruções do treinador e disse que as dicas o deixaram ainda mais rápido.
"Ele foi incrível. Quando chegou aos 25 metros, vi que faria algo muito especial. Foi perfeito. Não fez realmente nada de errado. Foi uma prova perfeita, não vejo defeitos", disse o técnico Grant Stoelwinder.
O treinador, no entanto, acredita que o pupilo ainda pode evoluir até os Jogos de Pequim, em agosto. Seu principal foco será a largada e o nado submerso de Sullivan.
O australiano já tem vaga na equipe nacional que vai à China. Bernard, que desponta por enquanto como seu principal adversário, ainda terá de se classificar na seletiva francesa.
A principal equipe de natação do mundo também ainda não definiu seu time. A competição dos EUA será em junho.
Apenas no campeonato que definiu a equipe australiana foram quebrados sete recordes mundiais, principalmente nas provas de velocidade.
"Este é um ano longo, ano olímpico. Então há muitas competições em nível nacional e não me surpreenderia se víssemos tempos muito mais rápidos", afirmou Sullivan.


Com agências internacionais

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