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Recorde cai duas vezes em 2 dias
Eamon Sullivan volta a brilhar nos 50 m livre, com 21s28, pouco mais de um dia após retomar marca
Geralmente contido, atleta
australiano festeja muito e
diz ter ficado chocado com o
tempo; técnico avalia que
pupilo fez prova perfeita
DA REPORTAGEM LOCAL
Eamon Sullivan é geralmente contido. Mas ontem, ao olhar
o placar do Centro Aquático em
Sydney, extravasou. O australiano pulou, sentou-se na raia e
exibiu os músculos, com os punhos cerrados. Vibrou muito.
Até o novo fenômeno da natação mundial se espantou com
seu feito. Sullivan imaginava
que poderia quebrar novamente o recorde dos 50 m livre, mas
não que atingiria 21s28.
Ontem, já havia estabelecido
21s41 e retomado a marca do
francês Alain Bernard, que se
tornara recordista com 21s50.
Quando escreveu seu nome
pela primeira vez na história,
em meados de fevereiro e iniciou a queda em cascata da
marca, Sullivan fizera 21s56.
O antigo recordista dos 50 m
livre era Alexander Popov. Em
2000, de sunga e sem touca, o
russo marcou 21s64.
Os recordes do australiano
foram obtidos com o novo traje
LZR Racer, "responsável" por
16 dos 17 tempos superados
neste ano. O maiô já provoca
polêmica e será investigado pela federação internacional.
"Não sou um nadador emotivo. Normalmente, quando tenho metas e as alcanço, minha
comemoração é mais introspectiva, dentro da minha cabeça. Mas foram quatro anos para
chegar aqui, com muito treinamento, e tudo veio junto em
uma só semana", afirmou ele.
"Normalmente, não flexiono
os braços [na comemoração]
porque realmente não tenho
muitos músculos, mas tive de
fazer isso hoje [ontem] porque
estava muito feliz", completou
o nadador, que espera poder
comemorar o novo feito.
Em fevereiro, como estava
no meio dos treinos, só pôde tomar uma cerveja, sozinho.
A comemoração de Sullivan
também reflete sua autoconfiança. Se Bernard disse que se
tornara o homem a ser batido
após quebrar os recordes dos
50 m e 100 m livre, o australiano de 22 anos acaba de roubar
seu posto na prova mais veloz.
Ontem, o nadador seguiu à
risca todas as instruções do
treinador e disse que as dicas o
deixaram ainda mais rápido.
"Ele foi incrível. Quando chegou aos 25 metros, vi que faria
algo muito especial. Foi perfeito. Não fez realmente nada de
errado. Foi uma prova perfeita,
não vejo defeitos", disse o técnico Grant Stoelwinder.
O treinador, no entanto,
acredita que o pupilo ainda pode evoluir até os Jogos de Pequim, em agosto. Seu principal
foco será a largada e o nado
submerso de Sullivan.
O australiano já tem vaga na
equipe nacional que vai à China. Bernard, que desponta por
enquanto como seu principal
adversário, ainda terá de se
classificar na seletiva francesa.
A principal equipe de natação do mundo também ainda
não definiu seu time. A competição dos EUA será em junho.
Apenas no campeonato que
definiu a equipe australiana foram quebrados sete recordes
mundiais, principalmente nas
provas de velocidade.
"Este é um ano longo, ano
olímpico. Então há muitas
competições em nível nacional
e não me surpreenderia se víssemos tempos muito mais rápidos", afirmou Sullivan.
Com agências internacionais
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