Mesmo com muita emoção, jogos vão mal na bilheteria

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Muitos gols, alguns golaços, nada de empate e tensão máxima. Corinthians e São Paulo fizeram ontem um duelo com os mesmos ingredientes de todos os outros clássicos da fase de classificação do Paulista.
Mas, nas arquibancadas, o mesmo público modesto dos outros jogos envolvendo os quatro grandes do Estado.
Com os 23,4 mil pagantes do jogo do Pacaembu (pouco mais da metade da capacidade do estádio), a temporada de clássicos da primeira fase acabou com público total de 100,5 mil pagantes, marca que até a década de 90 era comum em um só clássico no Morumbi -que não foi usado em 2010 em clássicos.
Desde 2007, quando adotou seu formato atual, com uma primeira fase que classifica quatro times para as finais, o Paulista sempre teve uma bilheteria muito maior do que a atual em seus maiores jogos.
No ano passado, por exemplo, foram 163,8 mil pagantes nos seis clássicos. Ou seja: a edição de 2010 teve um tombo de 39% na bilheteria nos duelos mais tradicionais do Estado.
Nenhum dos seis clássicos da temporada ultrapassou a marca dos 30 mil pagantes. A média de 16,7 mil pagantes é menor até do que os números gerais do último Campeonato Brasileiro.
A situação influi negativamente nos cofres dos clubes. Em 2009, a primeira fase do Paulista rendeu R$ 5,6 milhões nos clássicos, ou R$ 2 milhões a mais do que neste ano.
A violência ajuda a explicar a fuga dos torcedores dos clássicos. Mas ela já existia nos últimos anos, ao contrário da qualidade dos duelos entre os grandes desta temporada.

Chuva de gols
Pela primeira vez sob as atuais regras, a rodada de clássicos da primeira fase acabou sem empates (no ano passado, por exemplo, foram dois jogos sem vencedor). Também nunca foram tantos gols marcados -23, média de 3,83 por jogo, ou quase 20% a mais do que a média geral da competição.
Mais: pouca gente viu nos estádios clássicos que tiveram nervos à flor da pele.
Foram nada menos do que dez expulsões -só Santos x São Paulo, em Barueri, acabou com 22 jogadores em campo.
Tudo bem diferente dos últimos anos. Mesmo somando os clássicos disputados na primeira fase das edições de 2008 e 2009, o número de cartões vermelhos não supera o que aconteceu em 2010. Nos últimos dois torneios estaduais, foram oito expulsos em 12 clássicos.


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