São Paulo, terça, 29 de abril de 1997.

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FUTEBOL
Apesar de contratar jogadores consagrados no futebol brasileiro, time está em sexto no Campeonato Mineiro
América-MG é o único fracasso do Excel

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O América-MG vai mal em 1997, justamente o ano em que conseguiu o cobiçado patrocínio do banco Excel-Econômico, fato anunciado pelos dirigentes do clube mineiro como o que faltava para o time voltar ao topo do futebol.
O América-MG é o único dos três times patrocinados pelo banco que não tem mostrado bom futebol e nem apresentado bons resultados.
Ao contrário do Corinthians e do Vitória-BA -os outros times patrocinados pelo banco-, o América saiu da Copa do Brasil na primeira fase e ocupa apenas a 6¦ colocação no Campeonato Mineiro.
Corinthians e Vitória continuam disputando a Copa do Brasil e vão bem nos seus campeonatos estaduais. Além de ter garantido vaga na final do Campeonato Baiano (foi o campeão do primeiro turno), o Vitória é também finalista da Copa do Nordeste.
Com o contrato de patrocínio assinado com o banco no valor de R$ 1,6 milhão, o América-MG foi buscar jogadores de renome no futebol brasileiro para formar o time.
Vieram para o América Pintado (ex-São Paulo), Tupãzinho (ex-Corinthians), o atacante Silvio (ex-Bragantino), Boiadeiro (ex-Cruzeiro e Corinthians) e o lateral Ronaldo Luís (ex-São Paulo).
Apesar dos maus resultados, a diretoria do clube e o banco consideram que o time mineiro vem realizando um bom trabalho.
``É preciso ter paciência. Os jogadores foram contratados dentro da competição. Os resultados não vêm a curto prazo. É um trabalho realizado pensando no futuro'', disse Mário Sérgio, diretor de Futebol do Excel.
Já o presidente do clube, Marcus Salum, afirma que dos três clubes patrocinados pelo banco, o América-MG é o que tem ``o menor nível de investimento''.
``Por enquanto é só a camisa (o nome do banco estampado), mas é um trabalho bem feito '', afirmou.
Diferentemente do início dos anos 90, quando o América-MG tornou-se um formador de jogadores, a política do futebol do clube agora é mesclar experiência e juventude. ``O futebol precisa de resultados'', disse Salum.
Entre os nomes revelados pelo América-MG, estão Palhinha (Cruzeiro, ex-São Paulo), Euller (Atlético-MG, ex-São Paulo) e o próprio Ronaldo Luís.
O diretor do Excel afirma que o América é o ``time do futuro''. ``O que eu vi no América-MG, clube nenhum no Brasil possui'', disse Mário Sérgio, referindo-se à estrutura do futebol de base do clube.
Ele diz que a preocupação do Excel, no momento, ``nem é tanto com o time principal'', mas com as categorias inferiores.
Cerca de 180 garotos formam as divisões básicas do clube, que possui dois centros de treinamento, com oito campos de treino.

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