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São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2003

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FUTEBOL

Clube deve a atletas, mas planeja gastar US$ 600 mil em seguro do meia

Endividado, São Paulo não pára de investir em Kaká

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise econômica do São Paulo não afeta Kaká, que vale cerca de US$ 16 milhões.
O clube deve prêmios a alguns jogadores, busca parcerias para bancar os departamentos amadores e ainda não recebeu as cotas do Paulista, mas mantém em dia os vencimentos do meia, para quem agora negocia um seguro contra invalidez profissional.
Para receber US$ 20 milhões em caso de aposentadoria permanente de Kaká, 21, os dirigentes do Morumbi vão ter que pagar uma apólice de US$ 600 mil. Valor que poderá ser parcelado ou, em parte, permutado por publicidade, acordo que está sendo estudado pela diretoria como um meio de gastar menos com o contrato.
A seguradora inglesa Alexander Forbes oferece ao clube também a possibilidade de transferir o nome do beneficiário da apólice em caso de venda do jogador, mas não pagará nenhum centavo em caso de afastamento temporário do jogador por contusão.
"O São Paulo pediu até o final do mês para fechar o negócio. A apólice por invalidez profissional é mais cara por causa do risco da atividade do jogador. O São Paulo só receberá alguma coisa se o jogador não puder mais atuar. Ainda é muito caro no Brasil fazer uma apólice para invalidez temporária, como existe na Europa", disse o corretor Dênis de Oliveira, da Alexander Forbes, que negocia o acordo com o clube.
O presidente do São Paulo prometeu para breve o anúncio do seguro. "Recebi a proposta, que foi estudada e agora está no departamento competente. Em breve sairá uma notícia. Isso não tem nada a ver com uma possível transferência porque já cansei de falar que não recebi nenhuma proposta de times do exterior", disse Marcelo Portugal Gouvêa.
Kaká, que admite estar pronto para ir para Europa, não joga desde meados de março, vai "reestrear" quinta-feira contra o Figueirense e concordou com a iniciativa de seu empresário, Wágner Ribeiro, que pediu ao São Paulo que fizesse um seguro para o jogador há dois meses.
Como "dono" do patrimônio que o jogador representa, o clube aceitou fazer o seguro desde que figurasse como beneficiário. Kaká, segundo seu procurador, também será ressarcido caso seja vítima de um infortúnio.
"A idéia realmente partiu de mim, depois ele [Kaká] concordou e levei a proposta ao Marcelo [Portugal Gouvêa, presidente são-paulino]. O seguro é importante porque protege o patrimônio do clube, que é o próprio Kaká, e o patrimônio do Kaká, que é o seu futebol", afirmou Ribeiro.
Apesar de tantos cuidados com o meia, a diretoria não programou nada de especial para a volta do meia aos campos. "Especial? Por quê? É só a volta de um jogador que estava machucado", minimizou o presidente do clube.


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