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FUTEBOL
Clube deve a atletas, mas planeja gastar US$ 600 mil em seguro do meia
Endividado, São Paulo não pára de investir em Kaká
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise econômica do São Paulo
não afeta Kaká, que vale cerca de
US$ 16 milhões.
O clube deve prêmios a alguns
jogadores, busca parcerias para
bancar os departamentos amadores e ainda não recebeu as cotas
do Paulista, mas mantém em dia
os vencimentos do meia, para
quem agora negocia um seguro
contra invalidez profissional.
Para receber US$ 20 milhões em
caso de aposentadoria permanente de Kaká, 21, os dirigentes do
Morumbi vão ter que pagar uma
apólice de US$ 600 mil. Valor que
poderá ser parcelado ou, em parte, permutado por publicidade,
acordo que está sendo estudado
pela diretoria como um meio de
gastar menos com o contrato.
A seguradora inglesa Alexander
Forbes oferece ao clube também a
possibilidade de transferir o nome do beneficiário da apólice em
caso de venda do jogador, mas
não pagará nenhum centavo em
caso de afastamento temporário
do jogador por contusão.
"O São Paulo pediu até o final
do mês para fechar o negócio. A
apólice por invalidez profissional
é mais cara por causa do risco da
atividade do jogador. O São Paulo
só receberá alguma coisa se o jogador não puder mais atuar. Ainda é muito caro no Brasil fazer
uma apólice para invalidez temporária, como existe na Europa",
disse o corretor Dênis de Oliveira,
da Alexander Forbes, que negocia
o acordo com o clube.
O presidente do São Paulo prometeu para breve o anúncio do
seguro. "Recebi a proposta, que
foi estudada e agora está no departamento competente. Em breve sairá uma notícia. Isso não tem
nada a ver com uma possível
transferência porque já cansei de
falar que não recebi nenhuma
proposta de times do exterior",
disse Marcelo Portugal Gouvêa.
Kaká, que admite estar pronto
para ir para Europa, não joga desde meados de março, vai "reestrear" quinta-feira contra o Figueirense e concordou com a iniciativa de seu empresário, Wágner Ribeiro, que pediu ao São
Paulo que fizesse um seguro para
o jogador há dois meses.
Como "dono" do patrimônio
que o jogador representa, o clube
aceitou fazer o seguro desde que
figurasse como beneficiário. Kaká, segundo seu procurador, também será ressarcido caso seja vítima de um infortúnio.
"A idéia realmente partiu de
mim, depois ele [Kaká] concordou e levei a proposta ao Marcelo
[Portugal Gouvêa, presidente são-paulino]. O seguro é importante
porque protege o patrimônio do
clube, que é o próprio Kaká, e o
patrimônio do Kaká, que é o seu
futebol", afirmou Ribeiro.
Apesar de tantos cuidados com
o meia, a diretoria não programou nada de especial para a volta
do meia aos campos. "Especial?
Por quê? É só a volta de um jogador que estava machucado", minimizou o presidente do clube.
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