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São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2003

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FUTEBOL

Pela primeira vez brasileiros disputam amistoso com equipe diferente da idealizada por Scolari na Copa de 2002

Só problemas mudam a cara da seleção

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A GUADALAJARA

Pela primeira vez depois da conquista do penta, a seleção brasileira, no amistoso de amanhã contra o México, em Guadalajara, não terá a "cara" do time idealizado por Luiz Felipe Scolari.
Essa renovação, entretanto, não acontece pela vontade de Carlos Alberto Parreira, o novo comandante da equipe nacional.
Dos 11 titulares da campanha da Copa-2002, seis não estão no grupo que chegou ontem à cidade mexicana, sendo que todos não tinham condições de jogo. O goleiro Marcos alegou um princípio de bronquite. Os zagueiros Roque Júnior e Lúcio sofrem com antigas contusões. Roberto Carlos está suspenso pela Fifa. Cafu e Rivaldo pediram para serem cortados por lesões musculares.
Reservas do penta também passam por problemas de contusão, como o atacante Denílson, que, quando recuperado, é nome praticamente certo nas convocações do novo comando da seleção.
Dessa forma, está aberto o caminho para que "eternos" reservas, como os laterais Belletti e Júnior, e as revelações santistas Diego e Robinho consigam uma oportunidade em um time que parecia propriedade privada dos titulares da campanha do penta.
Dos que desperdiçaram a chance do jogo contra o México por seus problemas, só Roberto Carlos pode ficar tranquilo.
Marcos é ameaçado por Dida, em boa fase no Milan e admirado pela dupla Parreira-Zagallo. Veteranos com mais de 30 anos, Cafu e Rivaldo precisam manter o fôlego e, principalmente no caso do segundo, a motivação. Já Lúcio e Roque Júnior nem foram testados ainda por Parreira, que pela situação atual montou um grupo muito mais jovem para o amistoso contra o México do que aquele que ganhou o último Mundial.
"Na seleção, não existe grupo fechado", diz Parreira, deixando claro que os pentas não têm lugar garantido e que os eventuais substitutos podem, em caso de boas atuações, ganhar uma vaga.
Os 21 jogadores que estão em Guadalajara têm idade média de 24,9 anos. Já o grupo campeão na Ásia tinha 26,3 anos de média.
Além de Robinho, 19, e Diego, 18, dois outros jogadores que estão no México têm idade olímpica -o zagueiro Luisão, 22, e o atacante Adriano, 21.
Para encaixar as novas peças, Parreira, mais uma vez, terá pouco tempo. Em mais uma viagem, ele só irá realizar um treino para o duelo contra os mexicanos, que encaram o amistoso como se fosse um jogo oficial.
"Como já disse, só depois de dez ou 12 jogos a seleção vai ter a minha cara. Esses jogos servem para testar jogadores e preparar o time para as eliminatórias", afirmou o treinador, reconhecendo as dificuldades do calendário.
A "renovada" seleção brasileira causou desconforto para os mexicanos, que vão pagar à Ambev, patrocinadora da CBF e dona dos direitos de comercialização desse amistoso, US$ 800 mil.
Para o pagamento dessa cota, a federação mexicana exigia a presença dos astros brasileiros.
Apesar da presença de Ronaldo, estrela maior da companhia, o descontentamento aparecia nas páginas dos jornais mexicanos. Um deles, especializado em esportes, escreveu que Rivaldo tinha um suspeito problema muscular, enquanto Cafu e Marcos não atenderam ao chamado de Parreira por alegarem não estarem no melhor da forma física.


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