DA REPORTAGEM LOCAL

Repleto de nadadores de ponta, com bons salários e boa estrutura, o Flamengo reinou absoluto na natação nos últimos dois anos.
Hoje, porém, quando começa a 43ª edição do Troféu Brasil, no Rio, o clube mais vitorioso do torneio (12 títulos) está em situação contrastante com seu passado.
Combalido, o Flamengo perdeu seus principais atletas por causa de salários atrasados. Alguns até cogitam entrar na Justiça.
"O Flamengo me deve quase R$ 30 mil. Meu advogado vai tentar um acordo e, se não conseguir nada, vamos para a Justiça", disse o ex-campeão brasileiro dos 50 m livre Nicholas dos Santos, que foi para a Unisanta, de Santos.
A agremiação carioca também perdeu Monique Ferreira (para a Unisanta), André Cordeiro (Minas), Cléber Costa (Campos) e Bruno Bonfim (Pinheiros).
Ex-vice-presidente do Flamengo e interlocutora do clube com os atletas, a ex-nadadora Patrícia Amorim confirma a situação.
"A maior parte da dívida foi contraída antes do meu mandato. Paguei alguns com dinheiro do meu bolso, mas sei que ainda falta muito para saldar tudo."
O Flamengo também não deve contar com a ucraniana Yana Klochkova, campeã olímpica nos 200 m e 400 m medley e mundial dos 400 m livre e 400 m medley, que defendeu o clube nas últimas edições. "Sabemos que não temos chances [de título]", disse Amorim, hoje conselheira do clube.
As atenções do evento, porém, não estarão voltadas só para a crise do atual campeão. Última seletiva para o Pan da República Dominicana, em agosto, e para o Mundial de Barcelona, em julho, o Troféu coloca Gustavo Borges e Fernando Scherer em xeque.
Nenhum deles obteve o índice para o Pan em provas individuais. Borges é o brasileiro com mais medalhas na história do Pan (15).
Já Scherer é o recordista de medalhas de ouro em uma mesma edição, com as quatro obtidas em Winnipeg-1999. O Troféu Brasil será encerrado no domingo.


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