São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009

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TÊNIS

Aposto que ele volta


Sempre em silêncio e sozinho, Nikolay Davydenko já provou que, assim como os melhores tenistas russos, pode ir longe


RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

O S TENISTAS russos sempre fizeram bonito em quadra. Ievgueni Kafelnikov e Marat Safin chegaram até o topo, mas Andrei Chesnokov, Alexander Volkov, Andrei Cherkasov e, agora, Mikhail Youzhny também fizeram bonito. No dia a dia, porém, os russos parecem viver em um mundo à parte. Não que não tenham amigos ou não sejam simpáticos (dizem que Youzhny é muito gente boa); não que não sejam carismáticos (quem não torcia fervorosamente a favor -ou contra- Kafelnikov e Safin?). O mais comum, todavia, é ver a turma russa isolada, com os amigos igualmente russos, pelos cantos, nas áreas dos tenistas, nos torneios, pelo circuito, fumando, jogando cartas ou simplesmente falando russo. Nikolay Davydenko, profissional há dez anos, há quatro no top ten, é símbolo disso. Talentoso, bom em praticamente todos os pisos, apresenta regularidade incrível. Não à toa, ficou quase dois anos como número três do ranking -só havia Roger Federer e Rafael Nadal à frente. Sempre que requisitado, responde com educação e bom humor, geralmente sorridente, com inglês de forte sotaque. Não é segredo que prefere o isolamento -já disse que, cercado de gente, não fica confortável. Quando pode, isola-se, só com a namorada, o irmão-treinador, os amigos russos, ou jogando baralho ou falando russo. Apesar dos títulos (14), do ranking e da qualidade técnica, Davydenko conheceu os holofotes quando surgiram suspeitas de que entregava jogos para ganhar apostas feitas contra ele próprio. Ele sempre reagiu com indignação. "Sou número três do ranking; já ganho dinheiro suficiente, não preciso disso. Se ele [Andy Murray] diz que há [apostas], ele que explique como funciona; eu não sei". Nunca se provou nada contra ele... Agora, ao mesmo tempo em que deixa o top ten pela primeira vez em quatro anos, chega à semi em Barcelona, caindo apenas diante de Nadal. Aparentemente recuperado de uma lesão, eu não duvidaria de Davydenko nesta temporada de saibro. Sempre em silêncio e sozinho, ele já provou que pode chegar longe.

PELO BRASIL
A Federação Internacional de Tênis confirmou uma série de torneios futures pelo país. Serão oito torneios masculinos e dois femininos. O primeiro será em Campinas (SP), a partir de segunda-feira.

NA ARGENTINA
Após emagrecer quase dez quilos, Alexandre Bonatto foi campeão do Future de Córdoba, em seu primeiro torneio no ano, vencendo Juan Pablo Amado (ARG) na decisão.

EM CURITIBA
O Graciosa Country Club recebe nesta semana a segunda etapa da Credicard MasterCard Junior's Cup, com 341 atletas de 15 Estados.
reandaku@uol.com.br


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