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CBF limita atuação de humoristas na Copa
Veto é adotado depois de a seleção ser perturbada
DA SUCURSAL DO RIO
A CBF restringiu a atuação
dos humoristas nos treinos da
seleção brasileira durante a Copa da África do Sul. Mesmo credenciados pela Fifa, os integrantes dos programas não vão
poder entrevistar os jogadores
e o técnico Dunga no Mundial,
que começa em 11 de junho.
""Os humoristas vão poder filmar e assistir aos treinos normalmente, mas não poderão
perguntar. O trabalho deles não
é compatível com o jornalístico
e acaba desvirtuando as entrevistas", disse o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva.
Os jogadores são os alvos
preferidos dos humoristas na
Granja Comary. Em 2009, o
atacante Adriano foi hostilizado por Zina, do ""Pânico na TV",
da Rede TV!, em um treino. Ele
não gostou da atitude do humorista e protestou com a comissão técnica. Os atletas mais famosos quase viram piada.
No sábado passado, em Porto
Alegre, Dunga precisou chamar
a polícia para afastar os integrantes do programa "Legendários", da Record. Eles fizeram campanha em frente à casa
do técnico em prol da convocação do santista Neymar.
O ator Marcelo Marrom declarou ter ocorrido um mal-entendido: ""Em nenhum momento tivemos uma postura invasiva. Atendemos a todas as
solicitações feitas pela autoridade policial. Como repórter, a
intenção foi trazer com humor
o assunto que está na mídia."
Um dos apresentadores do
"CQC", da Band, Marcelo Tas
crê que a decisão da CBF não
atrapalhará os profissionais do
programa no Mundial. "Nosso
cotidiano sempre é difícil. Temos problemas também no
Congresso, em campanhas políticas. Não acredito que essa
decisão afetará muito o nosso
trabalho", declarou Tas.
A Band tem os direitos da Copa e vai mandar uma equipe do
humorístico para a África.
Uma equipe do ""Casseta &
Planeta", da TV Globo, também
vai trabalhar no Mundial.
Cláudio Manoel ironizou no
Twitter a decisão da CBF. "A
gente já tem um técnico que é
uma piada e um meio-campo
comédia, não precisamos de
mais nada'", brincou ele.
O presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa),
Maurício Azêdo, apoiou a decisão da entidade. ""Somos favoráveis à liberdade de acesso às
fontes de informação aos jornalistas e não aos humoristas,
que muitas vezes têm formulação agressiva", afirmou Azêdo.
(SÉRGIO RANGEL)
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