São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2011

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Corrida custa mais do que o previsto

INDY
Prefeitura estimava gastar R$ 5,5 milhões a menos com obras


CAROLINA ARAÚJO
TATIANA CUNHA
DE SÃO PAULO

Pelo segundo ano seguido, a Prefeitura de São Paulo gastou mais dinheiro do que o previsto para a realização da etapa brasileira da Indy.
Para abrigar a prova deste domingo, que acontece no entorno do Anhembi, a estimativa do prefeito Gilberto Kassab, às vésperas da edição passada, era a de que fossem gastos R$ 6 milhões em obras neste ano, já que boa parte da estrutura para o evento estaria pronta.
Esse valor, no entanto, ficou bem abaixo do que foi investido no final das contas.
Segundo o prefeito, foram consumidos R$ 11,5 milhões em obras de infraestrutura e construção, como o recapeamento de parte da pista e a melhora no sistema de drenagem da região, além de R$ 4,5 milhões de montagem e desmontagem das estruturas ao redor do circuito, como guard rails e alambrados.
Em 2010, porém, o orçamento de R$ 20 milhões para a Indy se misturou com o das obras de alargamento da marginal Tietê. O valor investido nesta edição foi exclusivamente para a corrida.
"Quando falamos em investimento para a Indy, é sempre bom lembramos que existe também o retorno que o evento traz para a cidade, para não passarmos a ideia errônea de que estamos deixando de investir em saúde, por exemplo, para fazer uma grande festa", disse Kassab (que anunciou a saída do DEM para fundar o PSD).
"As obras de recapeamento e melhoria no sistema de drenagem ficarão como legado para a cidade", afirmou.
A expectativa da prefeitura é que esse gasto com a etapa da Indy vá diminuindo com o passar dos anos. O contrato da categoria com a capital paulista vai até 2018.
Como comparação, o município gasta em torno de R$ 27 milhões para realizar o GP Brasil de F-1 todos os anos.
Se os investimentos para receber as categorias não são exatamente próximos, a diferença do retorno estimado para a cidade é enorme.
De acordo com números divulgados pela SPTuris, empresa municipal de turismo, a corrida inaugural da Indy, em 2010, teve retorno econômico de R$ 80 milhões para a cidade, cifra bem inferior aos R$ 230 milhões que a F-1 gera anualmente em benefícios.
Além dos R$ 16 milhões investidos pelo município, o Grupo Bandeirantes, promotor do evento, injeta outros R$ 60 milhões para viabilizar a vinda de times, equipamentos e funcionários da Indy. Desse montante, cerca de R$ 16 milhões são pagos à IndyCar para São Paulo ter o direito de sediar a prova.
São esperadas 40 mil pessoas no Anhembi. Segundo a organização, 88% dos ingressos já foram vendidos.


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