São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 2006

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JUCA KFOURI

Flu, líder já ameaçado

O tricolor carioca não terá vida fácil em suas próximas partidas: uma contra o São Paulo, outra contra o Inter

O FLUMINENSE assumiu a liderança isolada do Campeonato Brasileiro a duas rodadas da interrupção para a Copa do Mundo da Alemanha. Ganhou no sufoco do Flamengo, porque reduzido a dez jogadores por quase todo o segundo tempo com a expulsão de Tuta, autor do gol da vitória -1 a 0, no Maracanã. Não foi um grande jogo, apesar de ter sido um grande resultado. Mas o tricolor carioca não terá vida fácil em suas duas próximas partidas. Uma será contra o São Paulo, no Morumbi, e a outra contra o Inter, no Maracanã, dois óbvios candidatos ao primeiro lugar. O Flu, enfim, tem os adversários mais difíceis pela frente dos candidatos ao primeiro posto. Porque o Santos, por exemplo, que ganhou bem e sem sustos do Corinthians, terá o duro Grêmio, no Olímpico, mas também o Botafogo, na Vila Belmiro. Já o Inter sairá para pegar o São Caetano no meio da semana, nada assustador, apesar da anemia que parece acometer o time gaúcho quando às portas da ponta, fragilidade que será mais uma vez posta à prova no Rio, diante do Flu. Ontem, de novo, os colorados bobearam, quando tiveram chances de liquidar o Cruzeiro, no Beira-Rio, mas ficaram no empate -1 a 1-, bom apenas para os mineiros. Inegável que o goleiro cruzeirense Fábio fechou o gol em pelo menos dois momentos decisivos, em lances de Fernandão e Léo. Assim como o Inter ainda mandou uma bola no travessão no que foi o melhor jogo da rodada, mas não o clássico que se esperava. Muito porque, também, depois de começar agressivamente, o Cruzeiro contentou-se com o empate e com as oportunidades desperdiçadas pelo rival. Oportunidades que o Santos não tem perdido quando com a obrigação de vencer. Na Vila, a vitória santista por 2 a 0 nunca esteve ameaçada, nem mesmo pela quase boa atuação de Marcelinho Carioca, que quase tudo que faz quase dá certo. Mas não será justo esperar dele a solução para um time mal planejado e em baixa. O clássico paulista, aliás, teve uma confirmação e uma novidade: confirmou-se que o árbitro mineiro, da Fifa, Alício Pena Júnior, é dos piores do país, com uma inusitada capacidade de criar problemas para si mesmo em jogos até fáceis. O pênalti que ele marcou contra o Corinthians, defendido por Silvio Luis, foi dos lances mais risíveis dos últimos tempos. E a novidade: Cléber Santana, finalmente, não teve intenção de dar -embora tenha dado- mais uma cotovelada no adversário em disputa de bola pelo alto, hábito que adquiriu ainda nos tempos em que jogava no Sport do Recife. Outro candidato à liderança, o Cruzeiro, saiu contente de Porto Alegre e não tem uma semana dura pela frente, pois recebe o fragilizado Atlético Paranaense, na quarta-feira, no Mineirão, e vai a Fortaleza, no domingo, com todas as chances de ganhar seis pontos. Resta o São Paulo. Ao bobear e só empatar com o Vasco (1 a 1), em São Januário, o tricolor paulista vacilou, mas, mesmo assim, não ficou longe do topo. Recebe o Flu e visita o Juventude, nada fácil, mas a léguas de ser impossível, até porque o impossível não existe para este São Paulo dos últimos tempos. São Paulo e Santos defendem com algum louvor o futebol paulista. Em compensação, Corinthians, Ponte Preta, São Caetano e Palmeiras só fazem envergonhar seus torcedores. Os do Palmeiras, então... Perder em pleno Parque Antarctica, para o Grêmio reduzido a dez jogadores desde a metade do primeiro tempo, é dessas coisas que ninguém merece.
blogdojuca@uol.com.br


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