São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2008

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Leão deixa herança cara na Vila

Técnico que deixou o Santos indicou atletas com altos salários, assim como Vanderlei Luxemburgo

Treinador, que reclamou da falta de reforços, declara que não sabe os valores; diretoria diz que atendeu aos pedidos que foram feitos

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a saída de Vanderlei Luxemburgo, o Santos ficou com uma série de altos gastos com atletas como Fábio Costa, Rodrigo Tabata e Adaílton. Após a despedida de Emerson Leão, o clube de novo ficou com atletas caros, como Fabão e Betão.
Segundo a diretoria do clube, a folha salarial do time com os dois treinadores era parecida. E dirigentes ainda afirmam que a comissão técnica de Luxemburgo, incluindo o treinador, era só um pouco mais cara do que a do último técnico -seu salário era de R$ 500 mil.
Pessoas ligadas a Leão negam: afirmam que o técnico e seus auxiliares custavam metade do antecessor.
Fato é que, após dois anos e meio com treinadores medalhões, restará ao Santos administrar uma herança bem cara.
Da era Leão, sobram Fabão e Betão. O ex-zagueiro do São Paulo ganha mais de R$ 200 mil mensais. Com 12 jogos pelo time, seu salário é um dos três maiores do clube, ao lado dos de Kléber Pereira e Fábio Costa. Já Betão tem vencimentos de cerca de R$ 130 mil. Ganha mais do que o lateral-esquerdo Kléber, que é selecionável.
"Não me envolvo com salário de jogador, não sei quanto cada um ganha. Nunca identifiquei problemas por causa disso. O Fabão e o Betão são os mais queridos", afirmou Leão.
A diretoria também não fala de valores. Só afirma que cada salário foi definido em negociações distintas, dependendo do momento da contratação.
"Não caiu o investimento em relação ao ano passado. Ao contrário do que o Leão disse, trouxemos jogadores que ele pediu, como Fabão e Betão", atacou o diretor de futebol do Santos, Luiz Antônio Capella.
Em sua entrevista coletiva de despedida, Leão disse que sabia que o clube não teria dinheiro para investir nesta temporada, o que o impediria de lutar pelo título do Brasileiro.
Mas, na diretoria, há contrariedade com a afirmação porque o técnico pediu jogadores caros, como Fred e Grafite, que se tornaram inviáveis para qualquer clube brasileiro.
Outros atletas, mais baratos, indicados pelo clube não foram aceitos pelo técnico. Além de Fabão e Betão, Leão aprovou Douglas e Marcinho Guerreiro.
Em sua época, Luxemburgo trouxe jogadores como Kléber Pereira, Rodrigo Souto e Tabata. Este último, embora pouco utilizado (fica com freqüência no banco de reservas), também tem salário que supera os R$ 100 mil mensais.
Uma pessoa ligada a Leão diz que Fábio Costa, levado ao elenco santista pelo agora técnico palmeirense, ostenta o maior salário do time.
No meio do tiroteio, restaram ao Santos um elenco dispendioso, nenhum título na temporada e uma dívida bancária que, apenas no final do ano passado, atingia R$ 41 milhões.


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