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Leão deixa herança cara na Vila
Técnico que deixou o Santos indicou atletas com altos salários, assim como Vanderlei Luxemburgo
Treinador, que reclamou da falta de reforços, declara que não sabe os valores; diretoria diz que atendeu aos pedidos que foram feitos
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a saída de Vanderlei Luxemburgo, o Santos ficou com
uma série de altos gastos com
atletas como Fábio Costa, Rodrigo Tabata e Adaílton. Após a
despedida de Emerson Leão, o
clube de novo ficou com atletas
caros, como Fabão e Betão.
Segundo a diretoria do clube,
a folha salarial do time com os
dois treinadores era parecida. E
dirigentes ainda afirmam que a
comissão técnica de Luxemburgo, incluindo o treinador,
era só um pouco mais cara do
que a do último técnico -seu
salário era de R$ 500 mil.
Pessoas ligadas a Leão negam: afirmam que o técnico e
seus auxiliares custavam metade do antecessor.
Fato é que, após dois anos e
meio com treinadores medalhões, restará ao Santos administrar uma herança bem cara.
Da era Leão, sobram Fabão e
Betão. O ex-zagueiro do São
Paulo ganha mais de R$ 200
mil mensais. Com 12 jogos pelo
time, seu salário é um dos três
maiores do clube, ao lado dos
de Kléber Pereira e Fábio Costa. Já Betão tem vencimentos
de cerca de R$ 130 mil. Ganha
mais do que o lateral-esquerdo
Kléber, que é selecionável.
"Não me envolvo com salário
de jogador, não sei quanto cada
um ganha. Nunca identifiquei
problemas por causa disso. O
Fabão e o Betão são os mais
queridos", afirmou Leão.
A diretoria também não fala
de valores. Só afirma que cada
salário foi definido em negociações distintas, dependendo do
momento da contratação.
"Não caiu o investimento em
relação ao ano passado. Ao contrário do que o Leão disse, trouxemos jogadores que ele pediu,
como Fabão e Betão", atacou o
diretor de futebol do Santos,
Luiz Antônio Capella.
Em sua entrevista coletiva de
despedida, Leão disse que sabia
que o clube não teria dinheiro
para investir nesta temporada,
o que o impediria de lutar pelo
título do Brasileiro.
Mas, na diretoria, há contrariedade com a afirmação porque o técnico pediu jogadores
caros, como Fred e Grafite, que
se tornaram inviáveis para
qualquer clube brasileiro.
Outros atletas, mais baratos,
indicados pelo clube não foram
aceitos pelo técnico. Além de
Fabão e Betão, Leão aprovou
Douglas e Marcinho Guerreiro.
Em sua época, Luxemburgo
trouxe jogadores como Kléber
Pereira, Rodrigo Souto e Tabata. Este último, embora pouco
utilizado (fica com freqüência
no banco de reservas), também
tem salário que supera os R$
100 mil mensais.
Uma pessoa ligada a Leão diz
que Fábio Costa, levado ao
elenco santista pelo agora técnico palmeirense, ostenta o
maior salário do time.
No meio do tiroteio, restaram ao Santos um elenco dispendioso, nenhum título na
temporada e uma dívida bancária que, apenas no final do ano
passado, atingia R$ 41 milhões.
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